Por Carla Lozardo
A economia criativa tem se consolidado como um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Em 2020, o setor representou 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, superando a indústria automotiva, que contribuiu com 2,1% no mesmo período.
Além disso, emprega aproximadamente 7,4 milhões de pessoas, correspondendo a 7% da força de trabalho do país.
Nesse contexto, a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) emerge como uma estratégia vital para empresas que buscam não apenas o lucro, mas também o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Ao investir na economia criativa, as corporações podem impulsionar a geração de empregos, promover a inclusão social e fomentar o desenvolvimento local.
As oportunidades para empresas na Economia Criativa
- Geração de emprego e renda
Estima-se que, até 2030, a economia criativa gerará um milhão de novos empregos no Brasil, elevando o número total de trabalhadores no setor para 8,4 milhões. Investimentos em formação e projetos culturais podem acelerar esse crescimento, beneficiando tanto as comunidades quanto as empresas envolvidas. - Fortalecimento de marcas
Apoiar iniciativas culturais permite que as empresas se conectem de forma mais profunda com seus públicos, reforçando sua imagem como agentes de transformação social e inovação. - Fomento ao desenvolvimento local
Parcerias com artistas e organizações culturais podem revitalizar economias locais, especialmente em regiões onde a economia criativa ainda está em desenvolvimento. Por exemplo, o nordeste brasileiro já conta com mais de 16 mil empresas dedicadas à economia criativa, demonstrando o potencial de expansão regional. - Inovação e diversidade no ambiente corporativo
A integração com o setor criativo traz novas perspectivas e soluções inovadoras, enriquecendo o ambiente corporativo e aumentando a competitividade no mercado.
Os desafios na integração da RSC com a Economia Criativa
- Falta de planejamento estratégico
A ausência de estratégias claras pode levar à descontinuidade de projetos culturais. É essencial que as empresas alinhem seus investimentos culturais com seus objetivos de negócio e valores corporativos. - Dificuldade de mensuração de impactos
Quantificar os benefícios sociais e econômicos de investimentos na economia criativa pode ser complexo. Desenvolver métricas específicas é crucial para avaliar o retorno desses investimentos. - Parcerias sustentáveis
Estabelecer colaborações eficazes com governos, ONGs e comunidades requer compreensão das dinâmicas locais e um compromisso com o desenvolvimento sustentável. - Conciliação com pressões econômicas
Em períodos de instabilidade econômica, investimentos em cultura são frequentemente reduzidos. Demonstrar o valor tangível desses investimentos é fundamental para garantir sua continuidade.
A incorporação da Responsabilidade Social Corporativa na economia criativa oferece às empresas uma oportunidade única de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Com um setor que movimenta mais de R$ 230 bilhões e cresce acima da média nacional, as empresas têm a chance de impulsionar a inovação, promover a inclusão e fortalecer suas marcas. Enfrentar os desafios requer planejamento estratégico, métricas claras e parcerias sustentáveis. Ao fazê-lo, as empresas não apenas alcançam seus objetivos corporativos, mas também desempenham um papel crucial na construção de uma sociedade mais justa e próspera.

Carla Lozardo é administradora pela FAAP, pós-graduada por Belas Artes em Economia Criativa e MBA em Sustentabilidade e Economia Circular pela PUC/RS. Ama a cultura e acredita no seu poder transformador com impacto positivo na sociedade.

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