*Por Maria Gabriela Tosin
Estamos acompanhando a tragédia que afetou 446 municípios do Rio Grande do Sul, deixando todos embaixo d’água e 2,3 milhões de pessoas fora de suas casas.
Quando surge uma crise já sabemos que muitas outras questões surgem com ela – e dessa vez não foi diferente -, observamos um fenômeno curioso de que vamos tratar a seguir.
A população do Brasil inteiro resolveu procurar culpados e cobrar pessoas para ajudar o estado, mas quem estava sendo cobrado não eram as autoridades, as quais deveriam ter feito ações de prevenção a enchentes mas, sim, as celebridades e influenciadores.
As pessoas têm a impressão de que celebridades e influenciadores possuem um grande poder aquisitivo, além de possuir uma influência forte para resolver problemas de forma rápida. Porém, esquecemos que tais pessoas são cidadãos comuns iguais a nós.
Notamos, então, dois grupos: um, de influenciadores que usaram a tragédia do Rio Grande do Sul para apenas aumentar seu engajamento. Outro, um grupo de influenciadores que, realmente, usando de sua influência para o bem, realizaram campanhas de arrecadação e compartilharam informações confiáveis.
Temos também as celebridades que resolveram assumir responsabilidades de autoridades e voltaram sua atenção completamente para a tragédia, que foi o caso de Whindersson Nunes e Felipe Neto.
Esse episódio traz um debate importante e necessário para os próximos anos: em que posição estamos colocando as celebridades e influenciadores?
Atualmente, notamos que os brasileiros veem essas pessoas como heróis, porém isso pode ser perigoso para quem é criador de conteúdo.
O medo do cancelamento fica cada vez maior e os influenciadores se sentem ameaçados a cada passo que dão. Cada vez mais influenciadores estão buscando profissionais especializados que os ajudem a planejar cada passo milimetricamente para evitar grandes danos.
O que todos nós concordamos é que a influência é uma grande responsabilidade e é preciso, sim, ter cautela na hora de usar.
É muito importante que celebridades e influenciadores não pensem apenas em si, pois esse é o ponto-chave para o sucesso. E é necessário que as pessoas entendam que influenciadores e celebridades também são seres humanos iguais a todos os outros.
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*Maria Gabriela Tosin é graduada em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), especialista em Mídias Digitais pela Universidade Positivo e Mestranda em Administração pela PUC-PR. É criadora do blog pippoca.com, host do podcast Loop Out Cast, atua como pesquisadora, é autônoma e colaboradora em diversos blogs.
O Observatório da Comunicação Institucional (OCI), criado em 01/02/2013, é mantido por uma sociedade educativa sem fins econômicos que reúne acadêmicos, profissionais, estudiosos e demais interessados nesta especialidade da comunicação. O OCI é um espaço destinado à análise, reflexão e crítica sobre a conduta das organizações em suas relações públicas – discurso, atitude e comportamento. Para tanto, o Observatório da Comunicação Institucional tem produção própria, e a partir de colaborações, de notas sobre textos publicados, análises de casos, pareceres, clipping e agenda relacionada à comunicação de organizações públicas, privadas ou do terceiro setor.