Se sua empresa está presente no mundo digital (e se ela não está por iniciativa sua, acredite, ela está lá pelas vozes dos seus stakeholders), você deve precisa prestar atenção em três tipos de atitudes ou posturas que podem comprometer sua boa reputação.
A primeira é só falar de si mesma. E vamos combinar, quando falamos em relacionar-se com seus públicos, temos que lembrar que um relacionamento sempre será um relacionamento. Quem aguenta se relacionar muito tempo com alguém que só fala de si mesma o tempo todo, que se elogia o tempo todo, que fica te lembrando o tempo todo que ela é a melhor nisso, a líder naquilo, fantástica naquilo outro, que não existe nada melhor no mundo?…. Afi…. deu até preguiça, não deu? Pois é. Propaganda também deve ser produzida com moderação – tem hora e tem lugar. Onde o espaço é de relacionamento, relacione-se, ouça, interesse-se por seu interlocutor e dê espaço para ele se expressar. Apaixonante, não?
A segunda é ficar dando ordens o tempo todo, ser mandona. “Faça isso”, “não perca aquilo”, “invista agora”. ‘Mó di quê’, cara pálida? Mais uma vez aqui cabe o bom senso de saber onde é a hora e o lugar da propaganda e quando é a vez de ouvir, de entender, de sugerir com base no conhecimento que você – empresa verdadeiramente interessada no seu público – tem sobre ele. Quando foi a última vez que você fez uma pesquisa de satisfação, de opinião, de imagem? Quando foi que você perguntou para o seu público o que ele precisa de você, como você pode ajudá-lo? Pense nisso.
E a terceira e não menos nociva, é a empresa “estrelinha”, sempre ocupada demais para dar atenção aos seus clientes, seguidores, curiosos… seja quem for que tente contato com você e “fique no vácuo”. Preste atenção se o que você tem não é um canal “Não Fale Conosco”, pelo qual as pessoas enviam mensagens que caem num buraco negro para outra dimensão. Mais um velho hábito que precisa ser extinto de vez nas empresas que é o SAC pra cumprir tabela; uma rede social que não socializa; um processo de resposta que vence o interlocutor pelo cansaço.
Cuidado… se sua empresa anda ocupada demais, mandona demais ou vaidosa demais, reflita se esse relacionamento não está à beira de um divórcio caro e doloroso entre a sua marca e o amor dos seus públicos. Intenção sozinha não faz boa reputação. Precisa ser muito bem comunicada, nos canais e com a linguagem certa para cada tipo de público. Pense nisso.
Pra encerrar, vou lembrar de uma frase que uma professora querida da minha graduação em Relações Públicas disse uma vez em aula, e que eu nunca esqueci: “reputação é igual a sabonete: quando você precisa dele, é porque ele acabou”. Até breve!
Profissional de Relações Públicas pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação organizacional pela ECA-USP, é também jornalista, empresária, palestrante e consultora de empresas com mais de 20 anos de experiência em comunicação interna e relacionamento com a imprensa. Professora universitária por 16 anos nos cursos de Comunicação, Marketing, Administração e Recursos Humanos nas instituições UniFaat, Fecap, Uniso e PUCCampinas.