Especialista aponta caminhos para o setor superar a crise com automação, inteligência de mercado e modelos flexíveis de operação

O varejo brasileiro vive um dos momentos mais desafiadores das últimas décadas. Com inflação persistente, queda na confiança do consumidor e aumento da concorrência, o setor precisa se reinventar para sobreviver. Segundo Julio Bastos, CCO do Mission Brasil e especialista em negócios e varejo, a inovação passou de diferencial a necessidade urgente.

Estudo da APAS em parceria com a Scanntech aponta que 71% dos brasileiros mudaram seus hábitos de consumo por conta da inflação. A tendência é priorizar itens essenciais e adiar compras supérfluas. Diante disso, o varejo se vê diante do desafio de manter a experiência do cliente com eficiência, acessibilidade e personalização, mesmo com custos operacionais em alta.

O impacto também se reflete na geração de empregos. Em dezembro de 2024, o país registrou um saldo negativo de 536 mil vagas com carteira assinada, segundo o Caged. “Isso mostra como as empresas estão buscando modelos operacionais mais enxutos, que preservem qualidade e performance com menos recursos fixos”, afirma Bastos.

A automação de processos, como controle de estoque e atendimento ao cliente, permite alocar melhor as equipes e melhorar a execução operacional. Com o uso de dados em tempo real e plataformas analíticas, é possível prever demandas, ajustar preços, personalizar ofertas e antecipar comportamentos de compra. Um estudo da Salesforce indica que 73% dos varejistas brasileiros pretendem ampliar os investimentos em inteligência artificial ainda em 2025.

Além da tecnologia, Bastos destaca o modelo de força de trabalho sob demanda como estratégia eficaz. Equipes temporárias e flexíveis ajudam a atender períodos de maior movimento, como sazonalidades ou promoções, sem sobrecarregar o orçamento. “A combinação entre inovação tecnológica e gestão inteligente de pessoas garante mais agilidade e resiliência”, afirma.

Segundo o especialista, a eficiência operacional deve ser o foco das marcas que desejam prosperar. “Reduzir desperdícios, tomar decisões mais estratégicas e adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado são fatores determinantes para a sobrevivência e o crescimento sustentável do varejo”, conclui.

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