Estudo da Associação Comercial de São Paulo destacam fatores que impulsionaram o setor em 2024, porém perspectivas da ACSP e ACIA para o próximo ano são mais cautelosas
De acordo com o modelo de previsão do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), as vendas do varejo restrito — que não inclui materiais de construção, automóveis e atacarejo — registraram um crescimento de aproximadamente 4,5% em volume em 2024. Esse aumento foi impulsionado principalmente pela elevação da renda, pela resiliência do mercado de trabalho e pelas transferências de renda realizadas no ano anterior. A maior concessão de crédito, mesmo diante de juros elevados, e a recuperação da confiança do consumidor também contribuíram para o avanço.
No entanto, as expectativas para 2025 apontam para um cenário mais desafiador. Segundo o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do IEGV/ACSP, a tendência é de uma desaceleração no crescimento das vendas. “A elevação dos juros, apesar de não impactar imediatamente o consumo das famílias, tende a reduzir a atividade econômica ao longo do tempo, afetando a geração de renda e emprego“, explica Gamboa.
Perspectiva para Atibaia e região
Para o comércio local, as previsões ainda são cautelosas. Segundo Renato Russomanno, presidente da Associação Comercial e Industrial de Atibaia (ACIA), ainda é difícil estabelecer uma projeção precisa de crescimento para 2025. Ele destaca que o desempenho do comércio regional está sujeito a uma série de variáveis econômicas e que qualquer previsão neste momento deve ser considerada com cautela. “Embora possamos ter uma perspectiva otimista de crescimento, ainda é muito cedo para cravar números concretos. O desempenho do comércio dependerá do andamento da economia ao longo do ano“, ressalta Russomanno.
Em 2024, o comércio local enfrentou desafios significativos, com muitas empresas atingindo apenas suas metas mínimas ou até mesmo registrando quedas. A expectativa para 2025 é de um cenário mais positivo, podendo chegar a ter um crescimento até 15%, mas as incertezas econômicas exigem prudência por parte dos empresários e comerciantes.
Com o início do ano, a recomendação para o setor é manter um planejamento estratégico alinhado às tendências de consumo e às políticas econômicas, visando a adaptação e a sustentabilidade dos negócios frente às oscilações do mercado.