Olá, pessoa. Tudo bem?
Hoje quero conversar com você que alinha todas as suas decisões de comunicação influenciado apenas pelo “achômetro” e sem conhecer os dados necessários para realizar uma ação no meio de comunicação ideal para a sua marca. Em um artigo anterior, eu falei sobre o cuidado em colocar todos os ovos em apenas uma cesta, ou melhor dizendo, não colocar todo o seu investimento de mídia em apenas um meio.
Aproveitando o período da Copa do Mundo FIFA, inicio este artigo falando sobre as transformações pelas quais as marcas estão passando para falar com os seus públicos, dos boomers aos alphas. Quem é nativo digital, com o celular na mão após o parto, não imagina o que seja um intervalo comercial no horário nobre da TV, assim como, quem nasceu logo após o fim da segunda guerra mundial, mal conhece o que é a Twitch.
Atualmente, temos observado como as marcas estão se aproveitando dos criadores de conteúdo para alavancar seus negócios. Dentro do clima esportivo, fala-se muito do Casimiro Miguel, um dos maiores streamers nacionais. Devido ao seu alcance, com suas lives e cortes, é um criador muito querido entre os jovens. Com isso, as marcas acabam por assediá-lo com muita frequência.
Recentemente, ele deixou de fechar um acordo com a Rede Globo para transmitir os jogos da Copa, para firmar um grande negócio: ser a “voz” da FIFA, nos seus canais digitais, durante o evento esportivo. Por meio de seus canais, tanto na Twitch, quanto no Youtube, assim como no FIFA+, Casimiro vem alcançando números que muitas emissoras de canal aberto não atingem. Apenas no Youtube, a sua audiência foi de quase 3,5 milhões de pessoas assistindo a sua live, batendo o recorde do Youtube brasileiro.
Entretanto, quem quer gritar gol quase um minuto depois do lance acontecer na TV aberta? A Globo é a única emissora com direitos para a transmissão do campeonato mundial de futebol em TV aberta no Brasil. Apenas durante o jogo de estreia da seleção brasileira contra a Sérvia, a sua audiência média foi de 50 pontos, segundo o Kantar Ibope. Transformando esses pontos em quantidade de pessoas, são aproximadamente 36.404.871 (levando em consideração a média PNT – Painel Nacional de Televisão – que leva em consideração 15 regiões metropolitanas) de pessoas em frente à TV. Em todo o território nacional, a transmissão alcançou cerca de 71 milhões de pessoas.
A revolução dos meios de comunicação
E o que esses números representam em relação à revolução dos meios de comunicação? Esse recorte mostra tanto a potência que continuam sendo os veículos tradicionais, assim como a força que vem ganhando os canais digitais. Entretanto, os veículos de comunicação buscam maneiras de atrair e fidelizar uma nova audiência. Com isso, emissoras de rádio, antes restritas apenas ao dial dos aparelhos, agora transmitem seus programas por meio de apps, podcasts, entre outros formatos digitais. Emissoras de TV criam suas emissoras virtuais e concorrem contra grandes streamers digitais como Netflix e Amazon, para alcançar um novo perfil de audiência.
Os jornais impressos são os que mais sofrem nessa revolução. Perderam muita relevância com o avanço das redes sociais. Antes, as notícias que eram apuradas, agora vão ao ar por meio de não jornalistas, que apresentam as suas opiniões, sem apurar o fato. Com isso, os veículos jornalísticos perdem seus leitores e, até mesmo, credibilidade, como observamos durante as eleições presidenciais. Entretanto, esses veículos buscam uma maneira de atrair novos leitores por meio do conteúdo digital, através de plataformas como Twitter e, até mesmo, o Tiktok.
Acredito que os meios de comunicação não passarão por nenhuma evolução. Continuarão a se multiplicar. O metaverso pode ser um novo meio de comunicação. Entretanto, os veículos precisarão passar por diversas transformações para aumentar ou, no mínimo, manter suas audiências.
O que essa revolução significa para a sua marca?
Assim como os veículos precisam evoluir, a sua marca precisa acompanhar o dinamismo da revolução tecnológica. Afinal, estamos na quarta revolução industrial, e a sua marca precisa estar preparada para este cenário que está se desenhando para o uso expressivo de inteligência artificial, internet das coisas e computação na nuvem. E isso vai ao encontro de entender o comportamento do consumidor, quais são os seus principais hábitos de compra, de entretenimento, de atualização, educação, entre tantas mudanças pelas quais passamos.
Bom, espero que este artigo ajude a compreender a importância de conhecer o cenário pelo qual os veículos de comunicação passam, assim como entender que não dá para fazer uma ação estratégica apenas no puro “achômetro”.
Até a próxima.
Um apaixonado por contar histórias e dar tempero para as marcas das empresas que atende. Graduado em Publicidade e Propaganda pela FAAT, com pós-graduação em Marketing e Comunicação e especialização em Criação Publicitária e Planejamento de Campanha, ambas pela Universidade Anhembi Morumbi. São mais de 15 anos de experiência em comunicação.
Sócio da agência de Publicidade Mokeka e CEO do grupo Creati.