Querido(a) leitor(a), saudações.

Vamos falar um pouco sobre o setor de serviços e sua importância, particularmente sobre os negócios ligados à prestação de serviços pessoais?

O setor de serviços é bastante heterogêneo, englobando, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) elaborada pelo IBGE: serviços prestados às famílias, serviços de informação e comunicação, serviços profissionais, administrativos e complementares, serviços de transportes, serviços auxiliares e outros serviços.

Para se ter uma ideia da importância desse setor é necessário destacar que esse segmento de atividade econômica representa cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) e 60% dos empregos. Mas não para por aqui. Vejamos …

Ao longo dos últimos meses o segmento tem apresentado fortes taxa de crescimento. Enquanto o setor de serviços como um todo cresceu 4,3% no mês de julho desse ano em relação a julho do ano passado, o grupo denominado “outros serviços” cresceu 6,0% no mesmo período; ou seja, teve uma performance 34,4% melhor que o setor de serviços como um todo nesse período. É importante destacar que o grupo “outros serviços” inclui a prestação de serviços pessoais, englobando: serviços ligados aos cuidados com cabelos, outras atividades de serviços e tratamento de beleza e serviços prestados por clínicas de estética.

Por outro lado, pesquisas indicam que o Brasil possui um dos maiores mercados de beleza e estética do mundo. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), empregando dados da Euromonitor International, no segmento de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) figuramos como o 4º. maior mercado consumidor do mundo, 2º. mercado no ranking global de países que mais lançam produtos anualmente (o primeiro é os EUA) e o 2º maior mercado em fragrâncias, produtos masculinos e desodorantes. Também, segundo a Euromonitor International, em 2023 aproximadamente  85% dos consumidores estariam dispostos a pagar mais por produtos de beleza com eficácia ou benefícios comprovados.

Além da oferta de serviços tradicionais prestados pelos salões de beleza (cortes, pintura e escovação de cabelos, serviços especializados de manicure, pedicure, design de sobrancelha, entre outros), esses aproveitam o espaço para promover a venda de inúmeros produtos, dentre esses: linhas de produtos para cuidados e tintura de cabelo, produtos e utensílios para cuidados com as unhas, diversos tipos de esmaltes, hidratantes capilares, cremes e outros produtos associados aos cuidados estéticos).

Devido aos avanços tecnológicos, houve uma diversificação na oferta. Hoje há diversas opções, atendendo aos mais variáveis gostos e “bolsos”, para cuidados e revitalização dos cabelos, incluindo hidratações profundas, tratamentos anti-quebra e terapias de nutrição, além de uma vasta gama de produtos aplicados em procedimentos de limpeza de pele e para cuidados dos pés e das mãos.

Segundo pesquisa elaborada pelo Jornal Estado de São Paulo (ESP), no Brasil cerca de 343 mil salões de beleza foram abertos desde 2020 e o mercado de beleza, composto por cabeleireiros, manicures e pedicures, totaliza aproximadamente 790 mil empreendimentos. Além disso, o setor de salões de beleza no Brasil é um dos que mais cresce e tem o segundo maior número de empresas ativas no país. Não por acaso, a EuroPartner, aponta que se trata de segmento altamente lucrativo.

A partir desse ponto, gostaria de chamar a atenção para os seguintes pontos destacados por um estudo promovido pelo Sebrae/SP (Pesquisa Setor/Segmento Beleza & Estética): (1) área egressa de atuação profissional dos empreendedores e (2) formação e preparação desses em gestão empresarial e gestão de recursos humanos dos empreendedores que atuam no setor.

Em primeiro lugar, o perfil das pessoas que empreenderam abrindo salão próprio é formado por profissionais que já atuavam no segmento e decidiram abrir negócio próprio, pessoas ligadas a tradição de família e que decidiram dar sequência ao estabelecimento dos pais ou abriu um novo, profissionais egressos de segmentos relativamente aderentes com a área (fisioterapia e farmacêutico) e ou indivíduos de outros segmentos, que ficaram desempregados decidiram fazer um curso e arriscar abrindo estabelecimento próprio.

Em segundo lugar, o estudo apontou que o foco da maior parte dos empresários é a prestação de serviço; ou seja, esses atuam diretamente atendendo seus clientes e são raros os casos nos quais esses se dedicam à gestão do negócio. O estudo aponta ainda que a formação desses empreendedores é muito mais direcionada à formação técnica do que em gestão. Em contraste, os empresários que atuam em centros de estética possuem formação mais sólida, muitos com cursos superior ou cursos técnicos.

Finalmente, de acordo com o estudo elaborado pelo Sebrae/SP, para esses empresários, administrar os profissionais que prestam serviços e tirar deles o melhor resultado está no topo dos desafios. Na sua imensa maioria, os colaboradores são autônomos, e atuam sem existência de vínculo formal com o estabelecimento, fato que gera enormes riscos com passivos trabalhistas.

Pois bem, muitas vezes não damos atenção às estatísticas ou não nos aprofundamos em fatos. O que as informações acima nos mostram é que o Brasil é um pais cheio de oportunidades e é a terra dos superlativos, muitas vezes pouco observados. Muitos empreendedores que abriram seu pequeno negócio vinculado aos setores de comercio e serviços, em meio a abundância de oportunidades, enfrentam desafios semelhantes.

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