Pesquisa da escola de negócios Conquer aponta que lideranças pouco carismáticas impactam engajamento e clima organizacional; habilidade pode ser desenvolvida com prática
Para além de conhecimento técnico e experiência em gestão, uma característica parece estar em falta entre muitas lideranças corporativas: o carisma. É o que revela uma pesquisa da escola de negócios Conquer, que ouviu 500 profissionais de diferentes regiões do Brasil. O levantamento mostra que 49% dos entrevistados classificam seus líderes como “neutros”, pouco carismáticos ou mesmo desinteressantes, dificultando a conexão com as equipes.
O estudo buscou entender como líderes e liderados enxergam essa competência, seus impactos no ambiente de trabalho e de que forma ela pode ser desenvolvida. Para os profissionais, lideranças carismáticas promovem mais leveza e acolhimento nas organizações (70%), estimulam liberdade para opinar e sugerir ideias (57%) e aumentam a empatia e o respeito nos alinhamentos (51%).
O que define uma pessoa carismática
Na percepção dos entrevistados, o carisma vai além da simpatia ou extroversão. Ele está associado a saber cativar e envolver pessoas (66%), comunicar-se com naturalidade e confiança (66%) e demonstrar empatia por meio da escuta ativa (62%).
A pesquisa também identificou que:
- 56% acreditam que o carisma é algo inato, mas pode ser lapidado;
- 77% se avaliam como pessoas carismáticas no trabalho;
- profissionais carismáticos têm mais chances de conquistar emprego ou promoções (43%) e são mais lembrados por colegas e líderes (52%).
“É bastante comum ouvirmos que determinadas pessoas são carismáticas por natureza, como se o carisma fosse um traço de personalidade restrito a certos indivíduos. Buscaremos desmistificar essa ideia ao longo do novo curso, mostrando que, enquanto uma competência, todo profissional é capaz de aprimorá-lo com técnica, observação e prática”, explica Juliana Alencar, diretora de Marketing da Conquer.
Carisma na liderança
Apesar de 36% dos profissionais considerarem o carisma essencial para cargos de liderança, metade dos entrevistados afirma que seus superiores falham nesse aspecto. Ainda assim, 7 em cada 10 reconhecem que líderes carismáticos tornam o ambiente mais acolhedor, enquanto 57% relatam sentir-se mais à vontade para opinar e 50% percebem maior motivação nas entregas.
Além disso, equipes lideradas por perfis carismáticos tendem a ter mais alinhamento de objetivos (37%) e reconhecimento frequente pelo bom trabalho (34%).
Como desenvolver carisma no ambiente corporativo
Embora muitos acreditem que o carisma seja uma característica inata, os entrevistados indicaram práticas que ajudam a cultivá-lo:
- ouvir mais e praticar a empatia (69%);
- cuidar da linguagem corporal e do tom de voz (55%);
- buscar feedback de colegas e gestores (46%);
- investir em cursos e treinamentos (41%).
Essas estratégias, segundo o estudo, favorecem conexões genuínas, melhoram a comunicação e fortalecem relacionamentos no ambiente corporativo.
Metodologia
O levantamento entrevistou 500 adultos, maiores de 18 anos, em todas as regiões do Brasil. O índice de confiabilidade é de 95%, com margem de erro de 3,3 pontos percentuais.

