Caríssimas pessoas empreendedoras,

Hoje irei tocar num ponto sensível, porém necessário – que está fazendo muito RP perder vários fios de cabelo.

Estamos vivendo um cenário marcado por divisões e polarizações, em que a postura das empresas diante de questões sensíveis, especialmente em períodos eleitorais, está à prova, e pede uma reflexão estratégica crucial. Então, “respire, não pire”, e vamos lá.

Neste artigo, vamos discutir um pouco sobre a melhor abordagem para as empresas: manterem-se neutras para evitar rótulos, ou se posicionarem autenticamente a partir de seus valores, mesmo que isso possa implicar em perder parte do público?

A decisão entre manter-se neutra ou se posicionar está no cerne da estratégia de comunicação e relações públicas das empresas. Por um lado, a neutralidade pode ser vista como uma forma de evitar controvérsias, mas também pode ser interpretada como falta de posicionamento claro. Por outro, a autenticidade no posicionamento reflete os valores e princípios da empresa, estabelecendo conexões mais profundas com clientes e colaboradores alinhados.

Então, antes de decidir, é fundamental realizar uma análise cuidadosa dos riscos e benefícios de cada abordagem. Manter-se neutro pode minimizar possíveis críticas e polarizações, mas também pode resultar em uma imagem vaga e pouco engajadora. Mas olhando por outro ângulo, se posicionar autenticamente pode gerar maior engajamento e lealdade daqueles que compartilham os mesmos valores, mas também pode alienar parte do público.

Parece difícil, não é? E é. Mas calma. Nem tudo está perdido.

Independentemente do posicionamento escolhido, a comunicação transparente e empática é essencial. Em todas as oportunidades, comunique claramente os valores e princípios da empresa, destacando seu compromisso com a diversidade, inclusão e respeito às diferenças de opinião – isso é muito importante. E não economize em demonstrar empatia (legítima!) ao reconhecer a complexidade dos temas em discussão e a importância do diálogo construtivo.

Destaco aqui que, se a decisão for por se posicionar, é fundamental buscar construir pontes e promover o diálogo sempre, com todos os seus públicos estratégicos e aqueles formadores de opinião que você já aprendeu a identificar e conhece bem. Ah, não fez isso ainda? Então corre – está perdendo tempo e crédito de reputação (que está valendo mais que crédito de carbono, acredite).

Crie espaços para conversas abertas e respeitosas, nos quais diferentes pontos de vista possam ser expressos e compreendidos. O objetivo não é impor uma visão, mas sim incentivar o debate construtivo e a busca por soluções compartilhadas.

Nesses tempos desafiadores, reafirmar a missão e o propósito da empresa, mais do que nunca, pode fazer toda a diferença. Assim, mostre como as ações e posicionamentos estão alinhados com esses princípios, reforçando o compromisso com a sociedade e o bem-estar coletivo.

Por fim – mas longe de esgotar essa discussão – quero ressaltar o quanto o posicionamento das empresas nestes tempos de polarização e eleições sensíveis deve ser, acima de tudo, responsável.

Seja optando pela neutralidade estratégica ou pela autenticidade alinhada aos valores organizacionais declarados, o fundamental é comunicar tudo de forma muito transparente, empática e focada na construção de pontes.

O verdadeiro impacto vem não apenas de tomar posição, mas sim de contribuir para um diálogo construtivo e uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.

Que cada empresa possa encontrar sua voz autêntica e contribuir para um ambiente empresarial e social mais harmonioso e colaborativo.

Até a próxima!

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