Pesquisa revela os principais desafios enfrentados pelos líderes empresariais na era da informação e aponta soluções para uma tomada de decisão mais eficiente

A crescente quantidade de dados disponíveis no ambiente corporativo tem tornado as decisões empresariais mais complexas e desafiadoras. Segundo o estudo global CEO Decision Making in the Age of AI, Act with Intention, realizado pelo IBM Institute for Business Value em 2024, os CEOs brasileiros enfrentam dificuldades significativas para transformar informações em estratégias eficazes.

O levantamento revelou que 44% dos executivos no Brasil apontam a falta de clareza nos dados como um dos principais obstáculos à tomada de decisão, enquanto 41% relatam dificuldades em identificar insights relevantes. Esses números superam a média global, evidenciando a urgência de aprimorar a gestão e o uso de dados no país.

Além disso, 71% dos líderes brasileiros acreditam que reduzir a distância entre as informações e os tomadores de decisão é mais importante do que modificar onde as decisões ocorrem na cadeia de trabalho. Esse dado reforça a necessidade de processos mais ágeis e integrados dentro das organizações.

A padronização de dados como solução estratégica

Para lidar com esse desafio, os CEOs brasileiros indicaram algumas ações prioritárias para melhorar a medição de desempenho e a precisão das decisões:

  • Padronização de relatórios e processos de coleta de dados, citada por 44% dos entrevistados.
  • Criação de uma cultura empresarial orientada por dados, mencionada por 40% dos líderes.
  • Melhoria das plataformas de gestão de dados, destacada por 39% dos participantes.

Esses pontos mostram que a estruturação das informações é um fator-chave para transformar grandes volumes de dados em conhecimento útil e aplicável ao planejamento estratégico.

O papel da tecnologia: IA e computação em nuvem lideram tendências

Apesar dos desafios, a tecnologia vem sendo vista como um diferencial competitivo essencial. O estudo aponta que, nos próximos três anos, 60% dos CEOs investirão em computação em nuvem e 56% na expansão do uso da inteligência artificial (IA), incluindo IA generativa.

Mais da metade dos líderes empresariais brasileiros (65%) já possui um plano sobre o papel da IA avançada no processo decisório de suas companhias pelos próximos cinco anos. No entanto, especialistas alertam que, apesar do avanço tecnológico, a interpretação humana segue sendo crucial para evitar conclusões precipitadas e garantir que os dados sejam aplicados de forma estratégica.

Profissionais como pontes entre dados e decisões

Com a crescente digitalização, a necessidade de profissionais que saibam interpretar dados e traduzi-los em ações práticas torna-se cada vez maior. Esses especialistas atuam como pontes entre a informação técnica e a tomada de decisão estratégica, garantindo que os insights extraídos dos dados sejam compreendidos e aplicados corretamente.

Essa realidade também se reflete no setor jurídico, onde advogados e consultores devem ser peças-chave na formulação de estratégias empresariais e mitigação de riscos. Como destaca o relatório, “a tecnologia deve ser vista como um suporte para decisões, e não como uma substituta da expertise humana.”

Em um cenário corporativo cada vez mais orientado por dados, as empresas que investem na estruturação da informação e na capacitação de seus profissionais para interpretá-la de maneira eficiente tendem a se destacar e obter vantagem competitiva. A inteligência de negócios não está apenas no acesso a dados, mas na capacidade de transformá-los em decisões estratégicas eficazes.

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