Com juros em alta, crédito caro e inadimplência crescente, pequenas e médias empresas enfrentam forte pressão financeira — mas a digitalização da gestão e o uso de dados têm se mostrado aliados importantes para preservar o equilíbrio das contas

Mesmo em meio à escalada dos juros, que mantêm a Selic em 15%, o maior patamar em quase duas décadas, pequenas e médias empresas brasileiras demonstram capacidade de adaptação. Segundo a Serasa, mais de 7 milhões de companhias estão inadimplentes, representando 31,4% das ativas, com dívidas que ultrapassam R$ 154 bilhões. O setor de serviços concentra a maior fatia do endividamento, com 55,1% dos casos.

Apesar do cenário adverso, o faturamento das PMEs cresceu 4,5% em 2024, superando o PIB nacional, estimado em 3,4%. Esse avanço, segundo analistas, é reflexo do aumento do uso de ferramentas digitais e da análise de dados como suporte para decisões estratégicas e de gestão.

Mesmo com algum fôlego, as altas taxas seguem comprimindo margens, encarecendo o capital de giro e exigindo maior controle sobre o fluxo de caixa. A inadimplência de clientes e a instabilidade econômica tornam o planejamento financeiro ainda mais desafiador, reforçando a importância de acompanhar indicadores e resultados em tempo real.

Para o especialista Reginaldo Stocco, o diferencial está na informação. “Num cenário de juros altos, os dados em tempo real viram escudo. Quem acompanha o que acontece no dia a dia consegue fazer ajustes mais rapidamente, o que permite identificar déficits e tomar decisões antecipadas, como renegociar prazos ou adiar despesas, antes que o caixa estoure e o prejuízo se amplie”, afirma.

Ferramentas de gestão que reúnem relatórios financeiros, controle de estoque, análise de margens e simulações de cenário tornam possível projetar os efeitos de variações de juros ou custos, ajudando a antecipar riscos e agir com agilidade. “Gestão eficiente não depende de tamanho, e sim de clareza. Quando a PME entende seus números, ela ganha poder de decisão. E é isso que garante longevidade num cenário de juros altos”, conclui Stocco.

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