Caros leitores que compartilham minhas reflexões sexagenárias, gratidão pela preferência! Produzir informação e conhecimento me encanta:  criação, geração e entrega se misturam, e educar é ato coletivo, troca permanente onde não cabe a rotina. Ai dos mestres que se encastelam na própria vaidade e no pseudoconhecimento – eles não verão o reino dos “seus”.

Eu trabalho com projetos a vida inteira – muitos ao mesmo tempo – aprendo a cada dia sobre os desejos e angústias de meus clientes, usuários, colaboradores e parceiros, moldando a transformação possível da realidade, tocando o dedo nas feridas que ninguém quer ver, assumindo riscos, comprando algumas brigas, mais semeando que colhendo – quem trabalha em causas sociais, culturais e ambientais, está costumado mais a fazer, que aparecer.

Sou empreendedor não por boniteza, mas por convicção. Compreendi há muito tempo que realizar coisas nos empodera de uma forma única – ativamos nossos instintos e intuição, apuramos os sentidos e emoções, exercitamos a criatividade e o raciocínio, despertamos nossas melhores habilidades, e descobrimos nossos limites. Fazer é crescer, expandir, é gerar reconhecimento de dentro para fora.

Tenho amigos e amigas em cargos políticos, ou ativos em suas carreiras corporativas, nem sempre felizes ou realizados, porque não podem muitas vezes exercitar o seu melhor “fazer”; e o mais triste é que essa gente não se liberta do status dos cargos e salários, exibindo símbolos do capital, que fazem o cunhado(a) morrer de inveja, mas deixam um vazio na alma. Tempo de terapeutas e antidepressivos, de suicídios em vida ou de morte.

E o maremoto de gente que incorporou o fazer virtual? Empreendedores buscando seu lugar na babel dos influencers, onde ser bom significa “likes and views” nem sempre obtidos por ações muito meritórias (quando assisto o BBB questiono se não é desejável a extinção da humanidade)…

Obra “Vuel Villa” – Xul Solar (Argentina)

Mas… tem gente muito boa desbravando essa espaçonet e transformando a educação, a medicina, os negócios, as artes e a cultura, criando comunidades de aprendizagem em velocidade incalculável. Fazedores convencionais ou virtuais, devemos refletir sobre objetivo e motivação – resultado é maior que a imagem – a nossa fama e sucesso são passageiros, as nossas obras serão perenes. Quantos empreendimentos (ou “celebridades”) já faliram após um pico de fama? Quantas pessoas se deixam seduzir pela imagem e status de potenciais estelionatários? Viver de imagem é um autoengano malicioso, uma falsa sensação de poder, que nos coloca vulneráveis à manipulação dos outros.

Quem faz, quem coloca a mão na massa e realiza coisas, muda a realidade, a sua e a dos outros – a criação nos alimenta, os desafios nos ensinam e fortalecem. A oficina é a escola, sala de aula e recreio. Para quem se ilude com imagem, o trono é sempre espaço de disputa, inveja e solidão, e o medo de perder é nosso algoz diário.

Seguimos assim empreendendo – nós, inconformados e fazedores, não precisamos de comando, nem vivemos de aplauso – aprumamos a vela com o horizonte, conferimos a bússola do coração, e vamos ao mar!

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1 comentário

  1. Sensacional, parabéns Gianmarco, ótimo trabalho ,ímpar!!!

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