Estudo global revela otimismo com tecnologias como a inteligência artificial e aponta a transformação digital como foco estratégico das empresas
Quase 80% dos investidores brasileiros consideram a mudança tecnológica o principal fator de transformação nas empresas em 2025, superando a média global, que está pouco acima de 70%. O dado faz parte da Pesquisa Global com Investidores 2024, realizada pela PwC com participantes de 24 países, incluindo o Brasil.
IA generativa desponta como aposta estratégica
A pesquisa mostra que os investidores estão otimistas quanto ao potencial da inteligência artificial generativa. Entre os pontos destacados estão a escalabilidade, retorno sobre investimento (ROI), impacto na força de trabalho, percepção dos stakeholders e despesas de capital. No Brasil, os respondentes enxergam essa tecnologia mais como oportunidade do que desafio.
Segundo os dados, 38% dos investidores brasileiros acreditam que as empresas devem aumentar moderadamente os aportes em IA, enquanto 42% defendem elevações significativas. A média global é de 42% e 31%, respectivamente.
Instabilidade macroeconômica ainda preocupa
Apesar da aposta em inovação, os riscos permanecem no radar. Para 44% dos investidores no Brasil, a instabilidade macroeconômica é a principal ameaça aos negócios. Riscos cibernéticos e conflitos geopolíticos também figuram entre as maiores preocupações.
A prioridade dos investidores é encontrar saídas à altura da reinvenção dos negócios. No Brasil e no mundo, eles esperam que as organizações sejam capazes de liderar a transformação, mesmo que isso signifique assumir riscos no curto prazo, afirma Lindomar Schmoller, sócio e líder da indústria de serviços financeiros na PwC Brasil.
Mudanças climáticas e disrupção digital em foco
Quase um terço dos investidores brasileiros vê as mudanças climáticas como uma das principais ameaças às empresas. A mesma proporção se aplica à inflação, à instabilidade macroeconômica e à disrupção digital. Em relação ao combate às emissões de carbono, 70% dos investidores no Brasil (contra 64% no mundo) defendem que as empresas aumentem seus investimentos.
No Brasil, a pressão sobre as empresas é ainda mais intensa devido ao avanço da inteligência artificial e às transformações implementadas por entidades reguladoras. O estudo mostra que, se continuarem fazendo como fazem hoje, as empresas vão ter dificuldade de sobreviver, avalia Maurício Colombari, sócio e líder de ESG na PwC Brasil.
Brasil demonstra maior otimismo em relação ao cenário global
A pesquisa também destaca que os investidores brasileiros estão mais otimistas do que os globais. Enquanto 55% esperam crescimento da economia mundial, apenas 25% projetam retração. Globalmente, 51% preveem crescimento e 31%, queda.
Entretanto, 44% dos investidores brasileiros ainda veem alto risco na exposição à volatilidade macroeconômica. Esse número, no entanto, é inferior aos mais de 60% registrados dois anos atrás, indicando uma leve melhora na percepção de risco.
Curiosamente, a preocupação com a inflação é menor no Brasil do que no cenário global: apenas 22% dos investidores locais consideram o risco elevado, contra 31% da média global.