Especialistas apontam que nova legislação fiscal exige reorganização operacional, revisão de modelos de negócio e colaboração multidisciplinar para garantir competitividade
A reforma tributária brasileira, aprovada após décadas de debate, promete não apenas alterar a estrutura fiscal do país, mas também impactar profundamente a forma como as empresas operam e competem. Segundo especialistas que participaram do Tax Day 2025, realizado em São Paulo, o novo marco regulatório exige ações estratégicas imediatas e integração entre áreas como tributária, financeira e jurídica.
Reorganização e antecipação como diferenciais competitivos
Para Alessandra Heloise Vieira, vice-presidente tributária da Revizia — empresa especializada em inteligência fiscal e compliance tributário — a reforma vai além da substituição de tributos. “As companhias que se souberem antecipar e reorganizar seus modelos operacionais estarão em vantagem. A reforma oferece novas perspectivas de negócio para eficiência fiscal, bem como a necessidade de inovação na forma de se posicionar no mercado”, afirmou.
Durante o painel em que participou ao lado da economista Denise de Pasqual, diretora da Tendências Consultoria, Alessandra destacou que a mudança exige um novo olhar sobre o planejamento tributário, com foco ampliado na conformidade e na identificação de oportunidades.
Impactos setoriais e papel de especialistas
O debate também abordou os efeitos específicos da reforma nos setores de varejo, indústria e serviços. Cada um deles, segundo as especialistas, deverá passar por ajustes operacionais e estratégicos para manter sua competitividade. Outro ponto de destaque foi o papel dos contadores e advogados tributaristas, que passam a ser ainda mais relevantes nesse processo de adaptação.
“A reforma exige uma atuação conjunta e coordenada entre especialistas. O diagnóstico personalizado e o redesenho de estruturas tributárias tornam-se ferramentas essenciais para o sucesso empresarial nesse novo contexto”, disse Denise.
Cultura de conformidade e transformação organizacional
A adoção de uma cultura de conformidade e a atualização constante diante das novas normas foram apontadas como fatores-chave para transformar os desafios em oportunidades. O novo cenário exige que as companhias alinhem seus planejamentos tributários às estratégias corporativas e mantenham diálogo constante entre as áreas internas.
“Esse movimento de replanejamento, se bem conduzido, pode representar não apenas adequação à legislação, mas ganho de eficiência e vantagem competitiva”, concluiu Alessandra.