Todo mundo tem uma história

Receber o convite para fazer parte deste veículo foi um grande prazer, afinal de contas, não é todo dia que uma pessoa que você admira e te inspira faz um convite desses. Situações como estas me fazem lembrar que na vida existem coisas que valem muito mais que dinheiro que são os relacionamentos e o trabalho consistente, então, antes de mais nada, agradeço a Lina pelo convite, é uma honra fazer parte deste projeto.

Quero aproveitar este primeiro artigo para me apresentar e contar resumidamente minha história, assim você vai entender como é que “fui parar” onde estou hoje.

Sou o segundo filho de uma família de classe média, um irmão mais velho, minha mãe vinda de Cuiabá, filha de uma família de sírios libaneses e meu pai de Piracicaba, filho de imigrantes italianos que trabalhavam em usina de cana de açúcar em Monte Alegre.

Cresci vendo meus pais trabalhando muito, saindo cedo, chegando tarde. Por vezes nossos contatos eram apenas de final de semana, haja vista a quantidade de horas trabalhadas e a dedicação ao trabalho. Fato este que só fui entender depois da vida adulta do que se tratava.

Eu e meu irmão estudávamos pela manhã e à tarde era aquela loucura de inglês, natação, futebol e ainda sobrava tempo pra brincar com as crianças da rua. Em casa ficávamos com a tia Amélia que morava com a gente, a irmã solteira e mais velha da minha mãe, que faleceu com 100 anos, tenho ótimas lembranças dela.

Apesar dos meus pais terem sido educados para a carreira CLT e embarcarem para um empreendimento que logo depois do plano Collor tiveram que recorrer novamente ao CLT para sobreviver, não fomos educados, em minha casa pelo menos, sobre profissões e carreira, na verdade o que aprendemos foi a importância e valor do trabalho, mas sem orientação profissional.

Então, para ser honesto, eu como a grande maioria dos jovens que se inscrevem para os vestibulares deste país, também estava perdido nas opções de carreira. Tive sorte em conhecer a Cristina, dona da agência na qual estagiava, cujo propósito foi me ensinar tudo o que sei sobre marketing e ainda me ajudar a entender um pouco sobre as possibilidades de carreira. Naquele momento entendi a importância de termos alguém que nos ajude a perceber e enxergar o mundo profissional.

Assim que entrei na faculdade, já iniciei com meu primeiro emprego CLT numa central de atendimento, antes disso já trabalhava no restaurante da família, tocando em casamentos, sendo papai Noel em lojas de centro da cidade, garçom, tecladista de restaurante, mas nada tão sério como uma carteira assinada.

Nos primeiros anos de CLT foi quando conheci a dinâmica e dores de um emprego, os chefes que inspiram e os que destroem, a política nos bastidores, os excessos, assédios, conflitos e reflexões que permeiam cada passo da carreira. Sentia falta de um tutor, alguém que pudesse me ensinar não sobre o trabalho técnico, mas sobre como domar meus comportamentos, meus vícios de trabalho e possibilidades de desenvolvimento.

Foi que em 2004 tive a sorte, novamente pelo network, de conhecer a ferramenta de coaching. Foi conexão imediata e entendi que essa era a peça que faltava em minha carreira a partir daí estava disposto a SER essa peça na vida de outras pessoas. 

De lá pra cá foram duas pós graduações, uma especialização, cinco certificações internacionais e mais de 38.000 pessoas treinadas. Atualmente atuo como coach executivo de diretores, VP’s e CEO’s em 13 países e os auxilio na tomada de decisões profissionais, bem como preparo os sucessores para assumir suas posições executivas. Tive o prazer de ser executivo de RH de uma das maiores empresas de bens de consumo deste país e agora tenho o prazer de estar aqui com você para que possamos crescer juntos através de um bate papo honesto e verdadeiro sobre os dilemas de carreira e negócios que enfrentamos em nossas vidas. Fique à vontade para sugerir e participar desta coluna comigo. Nos vemos no próximo artigo, prazer em conhecer você também.