Pilar “Social” do ESG impulsiona iniciativas de saúde emocional e prevenção ao burnout, respondendo a recorde de afastamentos e demandas de investidores e talentos
A crescente preocupação com a saúde mental e física no ambiente de trabalho tem impulsionado uma mudança de paradigma nas empresas. Longe de ser apenas uma questão interna do setor de Recursos Humanos, o bem-estar dos colaboradores está se consolidando como um pilar fundamental da agenda de Environmental, Social and Governance (ESG). No componente “Social” dessa sigla, iniciativas que visam promover a saúde emocional, prevenir o burnout e cultivar ambientes corporativos mais saudáveis ganham destaque, sendo cada vez mais valorizadas por investidores, consumidores e pelos próprios profissionais que integram as organizações.
A urgência dessa abordagem é reforçada por dados alarmantes. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou um recorde de 472.328 afastamentos no último ano, um aumento expressivo de 68% em relação a 2023. As principais causas desses afastamentos estão intrinsecamente ligadas à saúde mental, como ansiedade, depressão e transtorno bipolar, evidenciando a necessidade premente de ações estruturadas e eficazes por parte das empresas.
A implementação de práticas de ESG emerge como um caminho promissor para a construção de um ambiente de trabalho mais saudável e sustentável, com impactos diretos no bem-estar mental dos colaboradores e na criação de uma cultura organizacional positiva. Vivian Tenuta, head de Recursos Humanos Latam da Corning, explica que “o ESG impacta a saúde mental ao criar um ambiente de trabalho positivo, promover engajamento e propósito, reduzir estresse por meio de governança ética, implementar programas de bem-estar, evitar desconfiança com práticas responsáveis e oferecer flexibilidade para equilibrar trabalho e vida pessoal”.
Na mesma linha, Nayara Teixeira, Diretora de Produto e Operações da Mapa HDS, especialista em saúde psicossocial, enfatiza a intrínseca ligação entre o “S” do ESG e o bem-estar emocional do trabalhador. “Aquele que não está emocionalmente saudável tem maior dificuldade de manter esse pilar social. Por isso é importante que as empresas invistam em programas e iniciativas que valorizem esse compromisso genuíno com as pessoas, oferecendo engajamento e um ambiente laboral mais saudável”, declara. Ambas as especialistas destacam o papel crucial da liderança na construção desse clima positivo, fomentando uma cultura de acolhimento e escuta ativa.
Diante desse cenário, torna-se cada vez mais claro que o investimento em saúde mental transcende a esfera da responsabilidade social, configurando-se como uma estratégia de negócios essencial. As práticas de ESG, com foco especial no pilar social, demonstram ser fundamentais para transformar o ambiente corporativo em um espaço mais humano, resiliente e produtivo. Ao colocar o bem-estar dos colaboradores no centro de suas decisões, as empresas não apenas fortalecem sua cultura organizacional e retêm talentos, mas também se destacam como agentes de transformação em uma sociedade que valoriza, cada vez mais, o cuidado com as pessoas.

