Já parou para pensar como a forma como as lideranças de uma empresa ou negócio se expressam e se comportam impactam diretamente na percepção das pessoas sobre a marca?
Isso acontece porque as pessoas não compram apenas produtos ou serviços. Elas compram histórias, crenças e valores. E quem melhor para representar esses valores do que a própria liderança de uma empresa? O que um líder diz – e como diz – carrega o poder de inspirar confiança, motivar equipes e, claro, moldar a percepção que o mercado tem da sua marca.
Agora, pare e pense: quando você ouve falar de empresas inovadoras ou bem-sucedidas, ou aquela empresa que vem se destacando na sua cidade/região, qual é a primeira imagem que vem à sua mente? Provavelmente, o rosto ou as palavras das pessoas que estão à frente do negócio, não é mesmo?
Isso acontece porque o discurso da liderança é um reflexo direto da identidade e dos valores cultuados por ela e, por sua vez, irão ditar também a cultura e a essência da marca. Um CEO ou diretor que se comunica com clareza, verdade, empatia e propósito cria uma ponte entre a empresa e os seus públicos – internos e externos.
Mas veja bem: estou dizendo que o impacto será um reflexo direto – e não que necessariamente será positivo. É importante frisar que uma declaração infeliz, mal alinhada com os valores da organização, pode causar estragos na reputação que levou anos para ser construída. Aliás, vale lembrar que o silêncio, em certas situações, pode ser tão prejudicial quanto uma fala mal colocada (lembram do “quem cala, consente”? Pois é… nem sempre ser low profile é garantia de blindagem contra ataques à reputação).
O que, então, diferencia um discurso que fortalece a marca de um que a coloca em risco? A resposta está no alinhamento. Quando líderes têm clareza sobre o que a empresa representa – ou seja, da sua essência e razão de ser -, seus discursos deixam de ser meras palavras e se transformam em pilares da identidade organizacional. Não importa se estão em uma entrevista coletiva, em um bate-papo com funcionários ou postando nas redes sociais: o discurso precisa estar conectado aos valores e objetivos estratégicos da organização.
E aqui entra o papel essencial das relações públicas. Uma comunicação bem estruturada não acontece por acaso – ela exige preparo, planejamento e treino. Auxiliar a liderança a encontrar sua voz – e a usá-la de maneira consistente e autêntica, levando em conta a forma com que cada público se comunica e recebe a informação – é uma das missões mais importantes do RP. Afinal, até mesmo líderes natos precisam de um roteiro claro para não perderem a linha narrativa que fortalece a marca.
Por outro lado, também é fundamental observar o cenário atual, em que consumidores e colaboradores esperam mais do que discursos bonitos. Eles querem verdade. É a prática, o comportamento, que valida as palavras. E qualquer desalinhamento entre o discurso e a realidade rapidamente se transforma em combustível para crises de imagem.
Por isso, ao se preparar para 2025, vale a reflexão: o que as suas palavras dizem sobre a sua marca? Você está usando o poder do discurso para fortalecer seus vínculos com os públicos ou está correndo o risco de enviar mensagens que geram ruído?
A liderança não é apenas uma posição – é uma voz que ressoa dentro e fora da empresa. Por isso minha dica é: escolha suas palavras com cuidado. Afinal, no mundo dos negócios, não são apenas as ações que falam mais alto – os discursos também têm o poder de moldar o futuro da sua marca.

Profissional de Relações Públicas pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação organizacional pela ECA-USP, é também jornalista, empresária, palestrante e consultora de empresas com mais de 20 anos de experiência em comunicação interna e relacionamento com a imprensa. Professora universitária por 16 anos nos cursos de Comunicação, Marketing, Administração e Recursos Humanos nas instituições UniFaat, Fecap, Uniso e PUCCampinas.