Estudo revela que seis em cada dez profissionais relatam aumento do estresse devido a dívidas; 52% das empresas ainda não promovem ações voltadas à saúde mental, mesmo após ampliação da NR1

Uma pesquisa inédita realizada pela SalaryFits, empresa da Serasa Experian, mostra que 66% dos trabalhadores brasileiros afirmam ter enfrentado aumento do estresse em suas vidas pessoais devido ao endividamento. Além disso, sintomas como irritabilidade, insônia e queda de produtividade foram amplamente relatados.

O levantamento reforça a urgência de atenção ao tema, especialmente após a ampliação da NR1, norma que agora inclui os riscos psicossociais entre as responsabilidades das empresas. Segundo o estudo, 52% das companhias ainda não promovem iniciativas voltadas à saúde mental dos funcionários.

No ambiente corporativo, os reflexos das dívidas pessoais também são visíveis: 51% dos trabalhadores disseram sentir mais estresse no trabalho, 47% relataram exaustão física, e 33% observaram queda de produtividade relacionada a problemas financeiros.

“Esses números mostram que a instabilidade financeira não é apenas um problema individual, mas um fator que compromete a produção e o clima organizacional. De acordo com a nova NR1, esses são riscos que precisam ser mitigados”, afirma Délber Lage, CEO da SalaryFits.

Empresas como aliadas no bem-estar financeiro

A pesquisa também indica que apenas 21% dos trabalhadores têm total controle sobre suas finanças pessoais. Por outro lado, 83% acreditam que as empresas podem contribuir para o bem-estar financeiro de seus colaboradores.

Segundo Lage, o papel das organizações vai além da remuneração: “Os trabalhadores esperam não só salários competitivos, mas iniciativas concretas de apoio ao bem-estar, como educação financeira, acesso ao crédito com melhores condições e ferramentas que facilitem a gestão de recursos”, explica. “Esse é um caminho para atender à NR1 e, ao mesmo tempo, fortalecer o vínculo com os colaboradores.”

Educação e planejamento financeiro como benefícios desejados

O estudo revela que 49% dos trabalhadores recorrem a recursos extras para complementar o salário, como cartão de crédito, empréstimos ou apoio de familiares. Diante desse cenário, 87% dos entrevistados afirmaram que gostariam de ter educação e planejamento financeiro incluídos entre os benefícios oferecidos pelas empresas.

“Para as organizações, isso pode representar uma oportunidade de transformar benefícios financeiros em ferramentas de prevenção ao endividamento. É uma forma de ajudar colaboradores a evitarem dívidas mais caras e tomarem decisões mais seguras”, acrescenta o CEO da SalaryFits.

Tecnologia e gestão como ferramentas de prevenção

As soluções tecnológicas aparecem como aliadas na construção de políticas mais eficazes de bem-estar. Segundo o estudo, 96% dos trabalhadores afirmam que utilizariam com mais frequência o adiantamento salarial se o processo fosse feito de forma anônima e digital, por meio de aplicativos ou portais internos. Além disso, 80% declararam interesse em serviços de desconto em folha, como o crédito consignado privado, recentemente renomeado como Crédito do Trabalhador.

“Tecnologia e educação financeira precisam caminhar juntas. Plataformas digitais tornam o acesso a benefícios mais simples e transparente, enquanto a orientação adequada garante que sejam utilizados de forma consciente. Isso impacta diretamente a produtividade e o clima organizacional”, finaliza Lage.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre maio e junho de 2025, com 1.029 entrevistas aplicadas a funcionários de empresas públicas e privadas, nos regimes CLT e PJ. A amostra foi equilibrada entre homens e mulheres (50% cada) e incluiu todas as regiões do Brasil, com idade média de 41 anos — contemplando respondentes entre 22 e 60 anos.

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