Olá, leitores!
Hoje, vamos abordar um tema muito importante para o sucesso de qualquer programa de saúde integral nas empresas: o engajamento dos colaboradores. Não basta apenas criar um programa bem estruturado, com políticas e parcerias estabelecidas; é fundamental que os funcionários estejam motivados e envolvidos para que essas iniciativas tenham o impacto desejado. Neste artigo, discutirei estratégias práticas para aumentar o engajamento dos colaboradores e destacarei a importância de uma comunicação eficaz e do apoio da liderança. Em maio desse ano participei do evento SER (Saúde Emocional Ressignificada) e coletei informações com gestores da Toyota e Bradesco que trarei nesse artigo.
A Importância do Engajamento
O engajamento dos colaboradores é o coração de qualquer programa de saúde integral. Eu mesmo vivenciei isso quando atuei como gestor de operações no Grupo Pão de Açúcar nos anos 90/2000. Programa incrível, com ótimas intenções, que obtinha excelentes resultados porque os colaboradores eram impactados na questão da saúde integral.
Estratégias para Engajar os Colaboradores
- Comunicação Eficaz
A comunicação é a chave. Os colaboradores precisam entender claramente o que o programa de saúde integral oferece, quais são os benefícios para eles e como podem participar. Isso exige uma comunicação transparente e contínua, utilizando diversos canais: e-mails, portal intranet, revista, reuniões de equipe, apps corporativos e até mesmo um mural. Uma empresa que se destaca nesse aspecto é a Toyota do Brasil. A Toyota implementou uma comunicação multifacetada para divulgar seu programa de saúde integral, utilizando desde painéis informativos nas áreas comuns até plataformas digitais que permitiam aos colaboradores acessar informações e se inscrever em atividades de saúde diretamente de seus dispositivos móveis.
- Envolvimento da Liderança
Nada engaja mais do que ver a liderança da empresa envolvida. Quando os líderes demonstram interesse genuíno e participam ativamente das iniciativas de saúde, isso envia uma mensagem poderosa de que a empresa valoriza o bem-estar de seus funcionários. No Bradesco, por exemplo, o Programa Viva Bem, disponível desde 2012, atende três frentes: Viva Bem Saudável, Viva Bem em Movimento e Viva Bem Equilíbrio. para executá-los, os gestores são treinados para serem embaixadores desses programas. Não só participam das atividades, como também incentivam suas equipes a fazerem o mesmo, mostrando que o cuidado com a saúde é uma prioridade da empresa.
- Personalização das Ações de Saúde
Uma das melhores maneiras de engajar os colaboradores é oferecer opções que atendam às necessidades individuais. Nem todos os colaboradores têm os mesmos interesses ou preocupações de saúde, por isso é importante que os programas ofereçam uma variedade de atividades. A Toyota, por exemplo, adaptou seu programa para incluir atividades que vão desde aulas de yoga e meditação até consultas de nutrição e aconselhamento psicológico, permitindo que os colaboradores escolham o que melhor atende às suas necessidades.
- Feedback Contínuo e Ajustes
Escutar os colaboradores e ajustar o programa com base no feedback é essencial. Realizar pesquisas de satisfação, sessões de feedback e manter uma comunicação aberta para sugestões ajuda a melhorar continuamente o programa e a garantir que ele permaneça relevante e eficaz. O Bradesco utiliza ferramentas de feedback digital que permitem que os colaboradores avaliem as atividades e ofereçam sugestões em tempo real, facilitando a adaptação do programa às necessidades atuais.
Case de Sucesso: Toyota do Brasil
A Toyota do Brasil é um exemplo notável de como engajar colaboradores em programas de saúde integral. O programa “Toyota Cares” foi lançado com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar de seus funcionários por meio de uma série de iniciativas de saúde física e mental. O programa foi amplamente divulgado por meio de campanhas internas de comunicação, e a liderança da empresa desempenhou um papel ativo, participando de atividades e promovendo o programa entre os colaboradores. Além disso, a Toyota utilizou tecnologias digitais para facilitar o acesso às informações sobre saúde, garantindo que todos os funcionários, independentemente de sua localização, pudessem participar. Como resultado, a Toyota observou um aumento significativo no engajamento dos colaboradores, refletido na participação ativa nas atividades de saúde e na redução das taxas de absenteísmo.
A Nova Lei nº 14831/2024
A recente Lei nº 14831/2024, que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, destaca ainda mais a importância do engajamento dos colaboradores. Para obter essa certificação, é essencial que as empresas demonstrem não apenas a existência de programas de saúde mental, mas também o envolvimento ativo dos colaboradores nessas iniciativas. Isso reforça a necessidade de estratégias eficazes de engajamento e a criação de um ambiente onde o bem-estar dos colaboradores seja uma prioridade.
Conclusão
Engajar os colaboradores em programas de saúde integral é essencial para o sucesso e a sustentabilidade dessas iniciativas. Estratégias como uma comunicação eficaz, o envolvimento da liderança, a personalização das ações e a abertura ao feedback contínuo são fundamentais para motivar os funcionários a participar ativamente. O case da Toyota do Brasil ilustra como essas estratégias podem ser aplicadas com sucesso, resultando em um ambiente de trabalho mais saudável e colaborativo.
Nos próximos artigos, continuaremos a explorar novas abordagens e práticas para promover a saúde integral nas empresas. Até lá, reflitam sobre como engajar seus colaboradores e façam do bem-estar uma prioridade no ambiente de trabalho.
Wander Assumpção tem mestrado profissional em tecnologia e gestão em saúde ocular (Unifesp/SP). É pós-graduando em dependência química pela (FAVENI/ES). Possui especialização em gestão de varejo (Senac/RJ). É bacharel em administração de empresas (FGV/SP). Atuou como gestor de operações em grandes grupos varejistas. Desde 2012 é docente do ensino superior nas FATECs Bragança Paulista e Itatiba. É membro da ISMA – Brasil (International Stress Management Association) e associado à Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD). Palestrante sobre dependência química e intoxicação digital em empresas, instituições e escolas.