Pesquisa do Infojobs revela que mais de 70% dos jovens deixariam o emprego por cultura organizacional tóxica ou desalinhada com seus valores
A geração Z — formada por jovens entre 16 e 29 anos — está redesenhando as relações de trabalho no Brasil. De acordo com uma pesquisa exclusiva realizada pelo Infojobs, maior HRTech da América Latina, 71,6% dos jovens entrevistados afirmaram que deixariam o emprego caso a cultura organizacional fosse tóxica ou desalinhada com seus valores pessoais. O dado reforça a importância de ambientes profissionais coerentes, respeitosos e pautados por propósito.
Valores em primeiro lugar
Ainda que salário justo e estabilidade financeira sejam prioridades para 70% dos jovens, esses fatores não são os únicos decisivos. Equilíbrio entre vida pessoal e profissional (49,4%) e oportunidades reais de crescimento (48,2%) também se destacam entre os critérios mais valorizados por essa geração.
“O mercado precisa parar de subestimar essa geração. Eles estão em busca de crescimento, propósito e bem-estar, e rejeitam modelos de trabalho ultrapassados”, afirma Ana Paula Prado, CEO do Infojobs. “Não é sobre descompromisso, é sobre repriorizar objetivos e encarar a carreira de maneira mais consciente.”
Empresas menos atrativas
A pesquisa, que ouviu 1.003 respondentes, mostrou que 60,3% dos jovens da geração Z estão fora do mercado de trabalho atualmente. Entre os que estão empregados, 65,1% não pretendem permanecer na mesma área pelos próximos 10 anos. Os dados indicam uma geração disposta a buscar novas oportunidades, mesmo que isso signifique mudar de rota — especialmente quando percebem desalinhamento entre discurso e prática.
Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento (45,2%) e ausência de equilíbrio (36,5%) são os principais motivos para pedir demissão. Além disso, 41,7% consideram oportunidades de capacitação e desenvolvimento essenciais para se manterem em uma empresa.
Mudança inevitável nas relações de trabalho
Segundo Ana Paula Prado, a Geração Z não aceita mais o discurso conformista de que “sempre foi assim”. “Eles querem respeito, inclusão e transparência como pilares do cotidiano. Empresas que não se adaptarem vão perder relevância, talentos e inovação.”
A flexibilidade também é apontada como um elemento inegociável. Modelos rígidos, jornadas inflexíveis e estruturas hierárquicas engessadas afastam os jovens — muitas vezes de forma definitiva.
“Entender o que move essa geração é o primeiro passo para construir ambientes verdadeiramente inovadores, sustentáveis e humanos. Afinal, não se trata apenas de reter talentos, mas de garantir que essas pessoas queiram, de fato, construir o futuro junto com a organização”, conclui a CEO do Infojobs.