Pesquisas mostraram que na pandemia 35% dos profissionais sentiram que trabalharam mais de 12 horas por dia, 28% sentiram que seus trabalhos não rendiam e, ainda, acham que estão ‘patinando’. Para acentuar mais o cenário, 47% relataram dificuldade de concentração e não saber dividir o contexto profissional e familiar.

O isolamento, distanciamento, alta quantidade de notícias, dupla jornada, mensagens instantâneas e mudança abrupta da rotina desencadearam crises de melancolia, euforia, depressão e pânico, deixando muitos profissionais emocionalmente esgotados.

Este esgotamento emocional, também conhecido como ‘Burnout’, acometeu muitos profissionais em 2020 e 2021 e promete estar apenas no começo.

Para entendermos o cenário anterior à pandemia, basta dizer que o Brasil é o campeão mundial em transtornos de ansiedade, o 2º país do mundo a consumir calmantes e é considerado o país mais depressivo da América Latina. Isso tudo já nos dizia que a nossa sociedade já não vinha bem.

Mas o que é o Burnout? O Ministério da Saúde classifica como um distúrbio emocional cujos sintomas são: exaustão extrema, estresse demasiado e esgotamento físico.

A principal causa apontada é o excesso de trabalho e a desconexão dele com seus valores internos.

Atualmente sabemos que o Burnout acomete profissionais das mais variadas áreas. Pela OMS, a síndrome foi incluída recentemente na classificação internacional de doenças e na CID entrou em vigor em 2022. Isso já é um avanço para fins de estatísticas de saúde, uma vez que os números estão aumentando. Esta nova classificação é um alerta para que as empresas tenham mais atenção para a saúde e felicidade mental.

Não é de hoje que as empresas investem em pausas para ginástica laboral e massagem, pois é mais fácil identificar uma dor lombar ou uma LER. Entretanto, o Burnout chega de forma silenciosa e embora também demonstre sintomas físicos, sua principal ação é no processo mental de “auto depreciação” generalizada que nem sempre aparece de forma visível aos olhos.

Dados do International Stress Management Association (ISMA) – a mais antiga e respeitada associação, sem fins lucrativos, e a única com caráter internacional voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento do stress indicaram que 30% da população de trabalhadores brasileiros desenvolveram a Síndrome de Burnout.

Importante dizer que a síndrome é considerada ocupacional e deve atingir cada vez mais profissionais. Então, neste caso, é preciso ajuda especializada para conseguir lidar com o problema. Hoje existem indicadores e teste para identificar o Burnout, mas somente um profissional da saúde habilidade pode dar este diagnóstico. Por isso cuidado com conselhos e automedicação. Buscar um psiquiatra ou psicólogo neste momento é uma saída segura.

Claro que não é só um processo de terapia e medicamentos que tirará você do esgotamento, mas sim delimitar melhor sua rotina, iniciar atividades de prazer – sejam físicas ou intelectuais, atividades que quebrem a rotina, aproximação social, compartilhar pensamentos com pessoas do mesmo padrão mental e, principalmente, fazer uma reavaliação profissional.

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