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Vamos falar um pouco sobre micro e pequenas empresas, particularmente sobre os desafios que essas enfrentam, em especial ao que diz respeito ao uso do fluxo de caixa na gestão e sua importância no acesso ao crédito? Antes disso cabe apresentar algumas estatísticas e sumarizar os desafios internos e externos que essas enfrentam no conturbado cenário econômico brasileiro.

Os pequenos negócios possuem grande importância na economia, pois respondem por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 50% dos empregos formais e representam mais de 95% das empresas constituídas. No entanto, gerir e manter tais empreendimento não é tarefa fácil. Historicamente, o Sebrae aponta que cerca de 20% das pequenas empresas encerram suas atividades antes de completar cinco anos. Nesse quesito, lideram as empresas ligadas as atividades de comércio, seguidas das empresas vinculadas à indústria e ao setor de serviços.

Dentre as variáveis internas que explicam a precoce mortalidade das pequenas e médias empresas se destacam: falta ou elaboração de plano de negócios deficiente; pouco preparo ou preparo deficiente do empreendedor na gestão do negócio (incluindo a gestão de colaboradores e fornecedores); inexperiência e ou deficiência no controle financeiro, principalmente no que diz respeito a gestão do fluxo de caixa (FDC).

Se por um lado é necessário que o empreendedor busque capacitação ou suporte orientados a gestão, também é crucial um bom dimensionamento do nível de recursos necessários para montar e manter a empresa, além da análise do mercado escolhido e da concorrência (minucioso estudo da concorrência e da demanda) e da capacidade de desenvolver métodos destinados a captar e reter novos clientes. Nisso ajuda muito o desenvolvimento e suporte na adoção de estratégias de internet marketing.

Além disso, a gestão do FDC da empresa é vital, pois é comum que as entradas e saídas de caixa flutuem ao longo do tempo. Por meio de práticas elementares, como registro de entradas e saídas de mercadorias, monitoramento e controle de contas a pagar e receber, além da criação de um fundo de reserva de caixa que pode contribuir para evitar inúmeras dificuldades financeiras.

Quando as variáveis externas que explicam a extinção ou as dificuldades enfrentadas pelos empreendedores se destacam: dificuldades derivadas das flutuações na atividade econômica; desconhecimento e ou dificuldade em lidar com o ainda persistente problema do excesso de burocracia; peso da carga tributária e no trato com sua complexidade, acrescido do peso dos encargos sociais e trabalhistas (EST); além dos custos e dificuldades no acesso a fontes de crédito.

Em particular, as principais dificuldades que as pequenas empresas enfrentam para obter acesso a fontes ao crédito se devem ao nível das taxas sobre essas praticadas, normalmente decorrentes da falta dessas empresas em oferecer garantias à contratação de recursos, ausência ou falta de histórico de crédito, além do elevado nível das taxas de juros praticadas no mercado – fato que é um problema sistêmico no Brasil.

Importante destacar que para ter sucesso as empresas precisam adotar dois tipos de controles. O controle financeiro consiste no monitoramento do caixa e das movimentações bancárias, além do registro e controle das contas a receber e das contas a pagar, fato que resulta no FCD. Esse é fundamental como meio de prever prováveis superávits ou déficits de caixa. Já o controle operacional lida com o controle das vendas, compras e o controle de estoques e produção. No primeiro, o foco é a gestão do que ingressa e sai efetivamente de dinheiro na empresa; no segundo, o foco se orienta para fins de controle das movimentações de mercadorias que ingressam e saem periodicamente da empresa.

Se por um lado muitas microempresas possuem dificuldades em manter sua contabilidade organizada, dificultando seu acesso a fontes formais de crédito; por outro, também lidam com baixa capacidade de pagamento e FDC volátil, fato que dificulta a comprovação de sua capacidade de pagamento, essencial para a contratação de crédito.

Nesse ponto é importante destacar que a gestão do FDC consiste em organizar e registrar as entradas e saídas de dinheiro, de acordo com suas respectivas datas de pagamento e recebimento. Por meio de um FDC organizado e atualizado, é mais fácil prever, controlar e quitar dívidas em dia, obter descontos junto a fornecedores e analisar melhor a performance do negócio, de modo a tomar decisões mais consistentes quanto aos rumos do negócio.

Entre outros, na concessão de crédito as instituições bancárias enfatizam aos seguintes aspectos: (1) análise da qualidade e a viabilidade do plano de negócios da empresa, com ênfase no entendimento da estratégia de crescimento, identificação do mercado-alvo e suas projeções financeiras; (2) verificação e avaliação dos ativos que a empresa pode oferecer como garantias às operações de crédito (imóveis, veículos e ou equipamentos que podem ser usados para mitigar o risco de crédito); (3) análise do nível de endividamento atual da empresa e sua capacidade de assumir novas dívidas, sem haja comprometimento da saúde financeira dessa e de sua capacidade de pagamento – afinal, novas dívidas devem ser pagas periodicamente, independente das flutuações que ocorram nas entradas e saídas de recursos na empresa.

Esse último quesito se relacionada diretamente a manutenção a análise do FDC da empresa, ferramenta que demonstra a capacidade dessa em gerar caixa suficiente para a cobertura de novas despesas com obrigações financeiras, bem como a cobertura de custos diretos e indiretos e das despesas operacionais normais do negócio.

Fique atento: dedique tempo ao planejamento e construa e empregue o FDC como ferramenta estratégica de gestão desse como meio garantir a sobrevivência, crescimento e acesso a fontes de crédito como meio de acelerar o crescimento e desenvolvimento dos seus negócios.

Até breve!

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