Avaliações anônimas geram polêmica ao questionar o custo-benefício de criadores de conteúdo; especialistas explicam como os valores são definidos

Um documento contendo avaliações anônimas sobre influenciadores digitais tem movimentado as redes sociais nos últimos dias. Apelidado de “planilha dos influenciadores”, o material reúne comentários de profissionais e agências de publicidade sobre o desempenho de criadores de conteúdo em campanhas publicitárias, levantando elogios e críticas. Entre as observações mais frequentes, a frase “não vale o preço que cobra” apareceu algumas vezes, gerando debate sobre os critérios utilizados para definir os valores praticados no mercado de marketing de influência.

A cantora Lexa e a ex-jogadora de basquete Hortência foram alguns dos nomes citados no documento, reacendendo a discussão sobre como o custo-benefício de um influenciador deve ser medido. Segundo Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation e especialista no setor, os valores vão muito além do número de seguidores.

“Fatores como taxa de engajamento, relevância no nicho, qualidade do conteúdo e credibilidade com a audiência são determinantes. Criadores que entregam alta conexão com seus seguidores e resultados concretos para as marcas têm mais justificativa para cobrar valores elevados. Além disso, exclusividade, direitos de uso de imagem, complexidade do projeto e o mercado onde atuam também influenciam diretamente no valor”, explica.

O que determina o preço de um influenciador?

De acordo com Gonçalves, o suposto mau custo-benefício pode estar relacionado a um desalinhamento de expectativas entre marcas, agências e criadores.

“Muitas vezes, a crítica sobre um influenciador ‘não valer o preço’ acontece porque a parceria não foi estrategicamente planejada. Há influenciadores ideais para branding e outros para conversão. Se a escolha não considera esse aspecto, o retorno pode não atender às expectativas da marca, mas isso não significa que o profissional cobre um valor injustificado”, afirma.

O especialista destaca cinco fatores principais que influenciam a precificação de um criador de conteúdo:

  • Engajamento: O nível de interação do público com postagens, como curtidas, comentários e compartilhamentos, é um dos principais indicativos de impacto.
  • Nicho e segmentação: Criadores que atuam em segmentos específicos, como tecnologia, maternidade ou fitness, podem cobrar mais devido à qualificação da audiência.
  • Alcance e tamanho da audiência: Embora o número de seguidores ainda seja um fator relevante, ele precisa ser analisado em conjunto com a atividade real do público.
  • Qualidade do conteúdo: A produção criativa e bem elaborada agrega valor à campanha e pode justificar preços mais altos.
  • Credibilidade e conexão com a audiência: A confiança que um influenciador constrói com seus seguidores é um diferencial para marcas que buscam resultados autênticos.

Para Gonçalves, campanhas bem-sucedidas dependem de um planejamento estratégico que leve em conta dados concretos e não apenas números superficiais.

“Marcas que analisam métricas, cases e o potencial real de uma parceria conseguem evitar frustrações e garantir investimentos mais eficientes. A escolha do influenciador certo, com um briefing claro e um objetivo bem definido, faz toda a diferença no resultado final”, conclui.

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