Levantamento da Robert Half revela que disputa por talentos deve se intensificar com a regulamentação da nova legislação tributária

São Paulo, maio de 2025 — A Robert Half, consultoria global especializada em soluções de talentos, divulgou uma pesquisa inédita sobre o impacto da Reforma Tributária no ambiente corporativo. O estudo mostra que 53% das empresas devem contratar ao menos três novos colaboradores como parte do processo de adaptação à nova legislação, aprovada no fim de 2024.

Contratações e disputa por talentos

Entre as grandes empresas, 58% pretendem contratar três ou mais profissionais, enquanto 33% projetam a abertura de cinco novas vagas. Já entre pequenas e médias empresas, a expectativa é de duas a quatro contratações.

“No cenário atual, em que o Brasil apresenta as menores taxas de desemprego da história, tanto para a população em geral quanto para profissionais qualificados, a disputa por talentos tende a se intensificar”, afirma Vitor Silverio, diretor da Robert Half. “Companhias que não se anteciparem correm o risco de enfrentar escassez de mão de obra e sobrecarga nas equipes”, completa.

As novas contratações visam principalmente o preenchimento de vagas na equipe responsável pela transição (69%), bem como a incorporação de especialistas em tecnologia (44%) e profissionais para diagnóstico dos impactos da reforma (37%).

Modelos de contratação e desafios

O levantamento revela ainda que 58% das novas posições serão permanentes, enquanto 42% se destinam a projetos temporários. “As alocações por projetos podem ser uma alternativa especialmente viável para companhias sem aprovação de headcount, que precisam de profissionais especializados por tempo limitado”, explica Silverio.

Durante o período de transição, que vai de 2026 a 2033, as empresas deverão conviver com os sistemas antigos e novos de tributação, o que exigirá mudanças em processos internos, tecnologia, contratos, precificação e compliance.

Preparação ainda é baixa

Metade das empresas entrevistadas acredita que poderia estar mais preparada para a transição, e 37% se dizem despreparadas, embora tenham iniciado o processo de análise. Apenas 11% se consideram plenamente confiantes.

“Estar preparado significa antecipar impactos financeiros, ajustar estruturas operacionais e formar equipes capacitadas”, observa Silverio. “O período de transição começa apenas em 2026, mas esperar até lá para agir é um erro estratégico. A hora de agir é agora”, alerta.

Funções e habilidades em alta

As áreas mais demandadas para a adaptação à nova legislação são Fiscal, Contábil, Tecnologia da Informação e Jurídico. As principais funções procuradas para posições permanentes incluem analistas tributários e contábeis, advogados tributaristas, especialistas em compliance e gerentes de tributos.

Já para projetos temporários, destaca-se a demanda por consultores de ERP, especialistas em parametrização, analistas de negócios, PMOs com conhecimento em tributação e profissionais de TI.

As hard skills mais buscadas são: programação, Excel avançado, compliance tributário, parametrização de sistemas ERP (como SAP, Oracle e TOTVS), contabilidade fiscal e uso de ferramentas de BI para análise fiscal. Entre as soft skills destacam-se capacidade analítica, resiliência, adaptabilidade, agilidade, comunicação e proatividade.

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