Estudo internacional mostra que cada R$ 1 investido em saúde psicológica pode resultar em R$ 4 de retorno em produtividade
Durante o Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio e valorização da vida, especialistas reforçam a importância de tratar a saúde mental como estratégia organizacional. De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), empresas que investem em saúde mental e bem-estar podem obter retorno de até quatro vezes o valor aplicado.
Impacto no Brasil
No país, os transtornos mentais já estão entre as principais causas de afastamento do trabalho, segundo dados do INSS. Isso evidencia que a discussão sobre saúde não pode se restringir ao campo clínico: envolve também relações de trabalho, escolhas de carreira, segurança financeira e preparação das novas gerações para os desafios profissionais.
“Organizações que cuidam da saúde mental e do desenvolvimento de carreira de seus colaboradores não apenas reduzem turnover e constroem ambientes mais criativos, engajados e sustentáveis, como também ganham em produtividade”, afirma Hudson Cunha, especialista em Recursos Humanos, diversidade e aconselhamento de carreira.
Quatro pilares para democratizar o cuidado
O especialista aponta que a democratização do acesso ao cuidado psicológico depende de quatro frentes principais:
- Educação e conscientização desde cedo – incluir saúde mental, finanças pessoais e orientação de carreira no ensino médio.
- Estruturas acessíveis – ampliar iniciativas de atendimentos gratuitos pelo SUS, clínicas-escola e ONGs.
- Tecnologia como aliada – usar plataformas digitais para levar aconselhamento e ferramentas de autodesenvolvimento a mais pessoas.
- Responsabilidade compartilhada – engajamento de empresas, escolas, governos e especialistas para práticas coletivas e inclusivas.
Além da prevenção
Com mais de 15 anos de experiência em Recursos Humanos e projetos de diversidade e transformação cultural, Hudson defende que falar de saúde mental vai além da prevenção ao suicídio. Para ele, trata-se de construir ambientes mais conscientes e preparados para o futuro do trabalho. “Saúde não é custo, é investimento”, conclui.

