O mundo do trabalho não é mais o mesmo, e fingir que ainda estamos no século XX não vai salvar sua empresa. A Geração Z já chegou ao mercado com novas exigências, novas formas de aprendizado e, principalmente, uma nova relação com o trabalho. Eles não querem apenas um salário ou estabilidade — querem propósito, crescimento rápido e liberdade para construir um caminho profissional que faça sentido. O problema? Muitas empresas ainda insistem em processos ultrapassados e perdem talentos valiosos todos os dias. Como bem disse Tiago Mattos: “O problema não é o futuro, é a mentalidade do passado que insiste em não morrer.”
O modelo tradicional de carreira está obsoleto. A ideia de escolher uma profissão aos 18 anos, passar quatro anos na faculdade e seguir uma linha reta até a aposentadoria não faz mais sentido para essa geração. Em vez disso, os jovens de hoje combinam múltiplas fontes de renda, exploram diferentes carreiras e aprendem de maneira descentralizada. Como afirmou Alvin Toffler, “Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.” As empresas que não se adaptarem a essa nova realidade continuarão sofrendo com alta rotatividade e dificuldade em atrair os melhores talentos.
Outro fator que muitas organizações ignoram é a forma como o networking mudou. Enquanto gestores de gerações anteriores ainda veem isso como algo formal — troca de cartões em eventos corporativos e e-mails engessados — a Geração Z constrói conexões de forma orgânica, em comunidades digitais, grupos de interesse e redes sociais. Como Seth Godin aponta: “As conexões mais poderosas não vêm da troca de favores, mas da construção de confiança.” Isso significa que as empresas precisam rever seus processos seletivos, suas formas de comunicação interna e até a maneira como estruturam oportunidades de crescimento.
Mas e o tão falado “trabalho dos sonhos”? Ele existe, mas não da forma que muitas empresas imaginam. A Geração Z busca empresas que oferecem aprendizado contínuo, desafios reais e um ambiente onde possam inovar sem medo. Segundo um estudo da Deloitte, 75% dos jovens dessa geração priorizam propósito e cultura empresarial acima do dinheiro. Ou seja, não adianta vender uma cultura “moderna” no Instagram se, na prática, a empresa continua operando com mentalidade de comando e controle. Como Brené Brown ressalta: “Vulnerabilidade sem reciprocidade não é conexão, é exploração.” E um ambiente tóxico, por mais que pague bem, não será suficiente para reter talentos.Se sua empresa ainda opera no modo 1995, está na hora de mudar. Isso significa oferecer flexibilidade real (e não apenas colocar um puf colorido no escritório), investir em aprendizado contínuo, criar processos seletivos menos engessados e entender que profissionais da nova geração não querem apenas um emprego — querem um ecossistema de crescimento. Como disse Steve Jobs: “O único jeito de fazer um ótimo trabalho é amar o que você faz.” E para que seus funcionários amem o que fazem, sua empresa precisa se tornar um lugar onde o trabalho faça sentido. A pergunta que fica é: você está pronto para essa transformação ou vai continuar perdendo talentos para concorrentes mais inovadores?

Palestrante, comunicador e entusiasta das gerações. Estuda recursos humanos e empreende nas áreas de Comunicação e Marketing. Criou a primeira agência de marketing do Brasil focada em comunicação geracional (Pós Z Company), sediada em Bragança Paulista, onde atualmente só contrata colaboradores da Geração Z e Geração Alpha. Dedica-se a construir um ecossistema de comunicação geracional para preparar jovens para o mercado de trabalho futuro e conscientizar as empresas para receberem esses jovens com sua nova agenda e visão de mundo.