Liderança despreparada, falta de propósito e ambiente de trabalho tóxico estão entre os principais fatores que afastam profissionais
O desafio do engajamento corporativo
Manter colaboradores engajados é um dos maiores desafios das empresas em 2024. Segundo uma análise da consultoria Santé, baseada em sua carteira de clientes, o baixo engajamento está entre os cinco principais problemas enfrentados pelo setor de RH neste ano.
O estudo está alinhado com dados da Gallup, que indicam que apenas 30% dos funcionários são engajados em suas funções. O dado mais preocupante é que, dos 70% restantes, 20% são detratores, ou seja, profissionais que, além de desmotivados, impactam negativamente o clima organizacional.
O papel da liderança no engajamento
A especialista em neurociências e CEO da Santé, Carol Garrafa, destaca que o ambiente de trabalho influencia mais o comportamento dos colaboradores do que fatores genéticos. “Pessoas em um ambiente ruim tendem a se proteger e atuar em benefício próprio. Já aquelas que trabalham em um local com segurança psicológica colaboram mais e se engajam nos objetivos da empresa”, explica.
Para Garrafa, a liderança tem um impacto direto no engajamento. “Um líder pode ser o maior propulsor de resultados dentro da empresa ou o maior obstáculo para a motivação da equipe”, afirma. Dois outros fatores também influenciam diretamente a motivação dos colaboradores:
- Confiança na gestão: os times precisam acreditar que a alta liderança tem uma direção clara e está comprometida com o bem-estar da equipe.
- Propósito claro: colaboradores engajados sentem que seu trabalho contribui para um objetivo maior.
Treinamento de liderança como solução
Com a crescente demanda por um ambiente de trabalho mais positivo, a busca por programas de formação de liderança tem aumentado. A Santé desenvolveu uma metodologia baseada em neurociência e autoconhecimento, focada em preparar gestores para motivar e alinhar suas equipes.
Em um case recente, a consultoria acompanhou 120 líderes de uma grande empresa por um ano, visando aumentar a autonomia das equipes. Os principais resultados alcançados incluíram:
- Melhorias na liderança e na capacidade de gestão de pessoas.
- Maior confiança e alinhamento entre os times.
- Melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
- Avanços na execução e planejamento das tarefas diárias.
“Trabalhamos uma tríade: o indivíduo, o time e o negócio, gerando congruência e alinhamento de valores e propósito”, explica Garrafa.
As principais dores das empresas em 2024
A consultoria Santé identificou os cinco principais desafios que afetam diretamente a produtividade e o engajamento dos colaboradores:
- Gestão ineficiente de tempo e baixa produtividade
- Baixo engajamento dos funcionários
- Liderança despreparada, promovida por habilidades técnicas (hard skills) e sem desenvolvimento de competências interpessoais (people skills)
- Silos entre áreas, gerando segmentação e ineficiência
- Baixa segurança psicológica, resultando em colaboradores esgotados, operando de forma reativa e sem reconhecimento
O futuro da gestão de pessoas
Empresas que priorizam o engajamento dos colaboradores estão um passo à frente da concorrência. Investir em liderança qualificada, melhorar a comunicação interna e garantir um ambiente organizacional saudável são estratégias essenciais para aumentar a produtividade e reduzir a rotatividade de talentos.
Com um mercado cada vez mais competitivo, o diferencial das empresas estará na capacidade de criar um ambiente de trabalho que motive, desenvolva e retenha os melhores profissionais.

