*Por: Fernanda Rufino
O crescimento dos podcasts e videocasts como ferramentas de comunicação institucional exige atenção não apenas à qualidade técnica, mas também à capacidade de ampliar o alcance e diversificar o público. A seguir, apresento diretrizes atualizadas com base nas tendências de consumo.
Captação
A captação de áudio é um dos elementos fundamentais para garantir a qualidade do conteúdo. Para podcasts, recomenda-se a gravação em estúdio próprio, evitando o uso de áudios captados em eventos ou ambientes com ruído, o que compromete a clareza da fala e a experiência do ouvinte.
Duração
A duração dos episódios também influencia diretamente na retenção da audiência. Episódios que são gravados podem ter duração de até 30 minutos, que são ideais para manter o interesse do público. Em casos de serem ao vivo, dependendo da complexidade do tema, é possível estender a duração até mais de uma hora.
Multiformato e multiplataforma
A produção multiformato e multiplataforma é uma tendência consolidada. Segundo o Relatório de Cultura e Tendências do YouTube, 67% dos entrevistados da Geração Z afirmam preferir criadores que oferecem conteúdo em diferentes formatos. Por isso, é recomendável que os episódios sejam gravados em áudio e vídeo, permitindo a distribuição em diversas plataformas e dispositivos.
Periodicidade
A periodicidade é outro fator essencial para fidelizar o público. Definir uma frequência clara de publicação, como quinzenal ou mensal, ajuda os espectadores a se programarem e cria uma expectativa positiva em relação ao conteúdo. A comunicação prévia sobre datas de lançamento também contribui para esse engajamento.
Temática
A escolha das temáticas deve considerar os assuntos de maior interesse atual. Dados de audiência indicam que temas como ESG, Sustentabilidade e Inteligência Artificial têm atraído significativamente o público entre 25 e 50 anos. Esses temas geram maior engajamento e relevância institucional.
Conteúdo original
A produção de conteúdo original é altamente recomendada. Cada canal deve ter um formato específico, evitando a simples adaptação de conteúdos de outras plataformas. Essa abordagem respeita a tendência de consumo multiformato e multidispositivo, além de fortalecer a identidade do canal.
Quantidade de entrevistados
Por fim, o formato ideal de entrevista é composto por um apresentador e um convidado. Esse modelo favorece a fluidez da conversa, permite aprofundamento nos temas e evita dispersão da atenção do público. Episódios com muitos participantes tendem a comprometer a clareza e o foco da discussão.
Ao seguir essas diretrizes, a Comunicação Institucional pode transformar seus podcasts e videocasts em ferramentas estratégicas de engajamento, autoridade e conexão com públicos diversos.

*Fernanda Rufino é graduada na área de Comunicação Social pela UERJ, com ênfase em Relações Públicas, e tem especializações em Gestão de Marketing pela UFRJ e Gestão Empresarial pela FGV. Atua como assessora de Comunicação e Imprensa, desenvolvendo estratégias de comunicação voltadas para a imagem institucional, reputação, engajamento e posicionamento de marca. Linkedin: https://www.linkedin.com/in/fernandarufino/

O Observatório da Comunicação Institucional (OCI), criado em 01/02/2013, é mantido por uma sociedade educativa sem fins econômicos que reúne acadêmicos, profissionais, estudiosos e demais interessados nesta especialidade da comunicação. O OCI é um espaço destinado à análise, reflexão e crítica sobre a conduta das organizações em suas relações públicas – discurso, atitude e comportamento. Para tanto, o Observatório da Comunicação Institucional tem produção própria, e a partir de colaborações, de notas sobre textos publicados, análises de casos, pareceres, clipping e agenda relacionada à comunicação de organizações públicas, privadas ou do terceiro setor.

