Em meus quase 25 anos atuando na comunicação corporativa em diversas frentes, desenvolvi uma forte convicção de que publicar um livro nunca foi apenas sobre compartilhar conhecimentos, mas sim sobre afirmar uma identidade e uma visão. Mais do que uma realização pessoal, escrever e lançar uma obra é um movimento estratégico, capaz de posicionar um profissional como líder de opinião em sua área. Em tempos em que imagem e reputação são ativos valiosos, um livro pode ser o elemento que transforma credibilidade em influência e reconhecimento.
O ato de escrever não se limita a registrar e transmitir ideias. Ele carrega um compromisso com a profundidade, com a busca por conexões mais genuínas entre autor e público. É um convite para uma boa conversa, em que se busque refletir sobre experiências, se discutam tendências e, por fim, que se alcancem perspectivas que transcendam o imediatismo das redes sociais e do consumo acelerado de informação. Nesse sentido, publicar um livro não é apenas um feito pessoal – é um diálogo ampliado com a sociedade, uma contribuição para o pensamento coletivo.
A boa notícia é que a literatura, de forma geral, vive um momento de redescoberta. Apesar da era digital, muitas pessoas ainda apreciam a experiência única de folhear páginas, sentir o cheiro do papel e mergulhar sem distrações em um conteúdo significativo. Ainda há – e felizmente num número crescente – pessoas que vibram com a oportunidade de pegar seu livro, se aconchegar em seu cantinho favorito, seja aquela velha poltrona que já se moldou à sua silhueta, seja o gramado de um parque, e se deliciar com as páginas físicas de um livro, absolutamente desconectadas e libertas de qualquer parafernália digital. Não que eu tenha algo contra a tecnologia – ao contrário, uso e abuso dela no trabalho e em muitas horas de lazer. Mas a sensação de parar tudo, me reconectar comigo mesma folheando um livro físico é, ao menos para mim, insubstituível.
Se você se identificou minimamente com esse meu momento nostálgico, talvez goste de saber que pesquisas recentes apontam um crescimento nas vendas de livros físicos, especialmente entre crianças e jovens, sinalizando uma retomada do apreço pela leitura como forma de conhecimento e lazer. Paralelamente, iniciativas como debates e políticas promovidas pelo Ministério da Cultura demonstram um esforço concreto para fortalecer o setor e incentivar essa prática.
Mas essa valorização não se limita ao público leitor tradicional. No ambiente corporativo, a cultura de produção de livros comemorativos e revistas especiais sempre teve um papel estratégico no fortalecimento do relacionamento com clientes e parceiros. Mesmo com a expansão das tecnologias digitais, esse formato permanece vivo e relevante. Afinal, há uma grande diferença entre entregar um e-book e oferecer um livro físico de alta qualidade, cuidadosamente editado e ilustrado. O impacto visual e sensorial da obra impressa carrega uma força simbólica que transcende o digital, transmitindo prestígio, credibilidade e comprometimento.
E aqui eu chego no ponto que eu queria discutir com você nesse artigo: a publicação de um livro é uma oportunidade ímpar para profissionais e empreendedores que buscam consolidar sua reputação de forma significativa. Estamos vivendo um momento em que, como há muito não se via, o acesso à escrita e publicação foi democratizado – e ok, muito disso se deve ao fato do avanço da tecnologia, que simplificou muitas etapas do processo, mas também a um cansaço do digital. O fato é que tudo isso tem tornado possível a qualquer empreendedor ou líder transformar sua trajetória e suas ideias em uma obra que ultrapasse as barreiras do tempo e do espaço digital. Mais do que um veículo de autopromoção, um livro é um legado, um registro que permanece e inspira.
No fim das contas, compartilhar conhecimento por meio da escrita não é apenas uma forma de se destacar – é um ato de compromisso com a evolução da sua área de atuação. Publicar um livro é abrir um caminho para diálogos profundos, trocas valiosas e, principalmente, para um impacto duradouro no setor e na sociedade. Afinal, as palavras bem escritas têm poder: de transformar, de influenciar e de construir algo que realmente importa.

Profissional de Relações Públicas pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação organizacional pela ECA-USP, é também jornalista, empresária, palestrante e consultora de empresas com mais de 20 anos de experiência em comunicação interna e relacionamento com a imprensa. Professora universitária por 16 anos nos cursos de Comunicação, Marketing, Administração e Recursos Humanos nas instituições UniFaat, Fecap, Uniso e PUCCampinas.