Tecnologia torna-se aliada acessível aos microempreendedores; ferramentas simples já automatizam tarefas e geram resultados rápidos
Em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, a inovação deixou de ser diferencial para se tornar uma exigência de sobrevivência. Nesse cenário, a Inteligência Artificial (IA) começa a se consolidar como uma aliada estratégica para pequenos negócios no Brasil. Segundo o Observatório Sebrae de Inovação, 78% das microempresas brasileiras já utilizam tecnologias baseadas em dados e algoritmos para automatizar processos e gerar insights.
IA ganha espaço entre os pequenos
O movimento acompanha o avanço do empreendedorismo no país: apenas no primeiro trimestre de 2025, 1,4 milhão de novas empresas de pequeno porte foram abertas, consolidando o Brasil como o 6º país com mais empreendedores estabelecidos no mundo, segundo o Governo Federal.
“Hoje, a IA não é mais exclusividade de grandes corporações com orçamentos milionários. Existem ferramentas prontas para uso, com baixo custo e voltadas especificamente para o dia a dia do pequeno empreendedor”, afirma Antonio Muniz, especialista em tecnologia e presidente da Editora Brasport.
Para Muniz, a grande vantagem está na facilidade de implementação. “A grande virada é entender que a IA pode começar pequena, com soluções simples como chatbots para atendimento, sistemas de recomendação ou automações de e-mail marketing. O segredo está em iniciar com foco estratégico e crescer com base nos resultados.”
Aplicações práticas para o dia a dia
Embora acessível, a aplicação da IA ainda gera dúvidas entre pequenos empresários. O ponto de partida, segundo Muniz, é mapear gargalos — tarefas manuais que consomem tempo ou dificultam a escalabilidade do negócio.
Entre os usos mais comuns estão:
- Bots de atendimento via WhatsApp, que respondem dúvidas e captam pedidos automaticamente;
- Ferramentas de CRM com IA, para segmentação de clientes e campanhas personalizadas;
- IA generativa, como o ChatGPT, para criação de textos para redes sociais, descrições de produtos e e-mails de vendas;
- Sistemas de previsão de demanda e controle de estoque baseados em históricos de venda;
- Plataformas de análise de dados para antecipar comportamentos de consumo e tendências de mercado.
“Essas tecnologias não exigem conhecimento técnico profundo. O mais importante é que o empreendedor comece — mesmo que com um único processo — e entenda como a IA pode aumentar sua eficiência e competitividade”, finaliza Muniz.