Com tamanha diversidade de consumidores, empresas devem se adaptar às mudanças, promovendo uma interação com o consumidor profundamente personalizada e tecnologicamente avançada
Na era digital atual, os padrões de consumo estão passando por uma transformação radical, especialmente no setor de varejo. Assim, as empresas desse setor precisam se adequar e entender essas mudanças para sobreviver. Lembrando que isso vai muito além de oferecer vendas online, como muitos pensam.
Segundo o presidente da Febrafar e da Farmarcas, Edison Tamascia, é preciso entender que existem diversos tipos de consumidores e as empresas podem se adaptar a essas mudanças. “Temos observado uma significativa evolução nos modelos de relacionamento entre empresas varejistas e consumidores. Isso é crucial para o sucesso de um negócio. Não dá mais para usar as mesmas formas do passado“, afirma Tamascia.
Ele explica que passamos de um modelo relacional tradicional, focado no atendimento direto e personalizado, para um modelo transacional, centrado em preços e promoções. Hoje, estamos na era do modelo relacional digitalizado, onde a personalização através da tecnologia se torna fundamental.
Neste novo cenário, a interação com o consumidor é profundamente personalizada e tecnologicamente avançada. “A abordagem superficial já não é mais suficiente; a personalização é essencial,” enfatiza Tamascia. Ele acredita que, em um mercado altamente competitivo, a diferenciação é a chave para conquistar e manter a fidelidade do cliente.
Diversidade geracional e adaptação tecnológica
Uma característica marcante deste novo cenário é a convivência de diferentes gerações no mercado, desde os Baby Boomers até a Geração Z (a Geração Alpha, nascida a partir de 2012, ainda não toma decisões de consumo). Cada grupo apresenta comportamentos de consumo distintos, exigindo uma abordagem flexível por parte das empresas varejistas.
Veja características de cada grupo:
· Geração Silenciosa (nascidos antes de 1946) – A Geração Silenciosa valoriza a estabilidade e a confiança em suas escolhas de compra. Eles preferem marcas que conhecem há anos e são leais a essas marcas. Geralmente fazem compras em lojas físicas e seu consumo é conservador, evitando produtos inovadores ou tecnológicos.
· Baby Boomers (1946-1964) – Os Baby Boomers preferem produtos de alta qualidade e durabilidade. Tendem a fazer compras em lojas físicas, apreciando a oportunidade de ver e tocar os produtos antes de comprar. Também valorizam o atendimento ao cliente e o contato pessoal.
· Geração X (1965-1980) – A Geração X pesquisa extensivamente antes de fazer uma compra, utilizando tanto fontes online quanto offline. Gostam de comparar preços e características dos produtos. Preferem comprar online por conveniência, mas ainda frequentam lojas físicas para compras específicas.
· Millennials (1981-1996) – Os Millennials valorizam a conveniência e a experiência do consumidor. Preferem comprar online, usando dispositivos móveis para comparar preços, ler avaliações e fazer compras. Interagem diretamente com marcas através de redes sociais e apreciam a transparência e a responsabilidade social das empresas.
· Geração Z (1997-2012) – A Geração Z é altamente digital e faz a maioria de suas compras online, utilizando dispositivos móveis. Valorizam a personalização e preferem marcas que oferecem produtos adaptados às suas necessidades individuais. Influenciados por tendências nas redes sociais e recomendações de influenciadores digitais, buscam diversidade e inclusão nas marcas que escolhem.
“É crucial que os estabelecimentos estejam preparados para atender e entender variados tipos de consumidores, mas sabendo que esses estão cada vez mais digitalizados,” destaca Tamascia. Ele ressalta a importância de investir em tecnologia e adotar estratégias diferenciadas de atendimento para manter a relevância no mercado.
A adaptação ao modelo Omnichannel , que integra diferentes canais de atendimento, surge como uma necessidade. “As lojas precisam integrar diversos canais para atender às preferências do consumidor moderno,” afirma Tamascia.
Para muitas empresas independentes, a adaptação a essa nova realidade pode parecer um desafio devido aos altos custos envolvidos. Tamascia sugere que a união em grupos, como redes associativistas, pode ser uma alternativa viável. “Ao se unirem, as empresas independentes podem se beneficiar do esforço conjunto para se adaptarem à nova realidade digital,” observa ele.
Assim a recomendação é que os varejos busquem soluções à nova realidade, compreendam profundamente a jornada do consumidor, integrem diferentes canais e enfatizem a digitalização para modernizar o setor. Esses passos serão primordiais para a prosperidade do negócio.