Um assunto muito discutido nos últimos tempos é o metaverso. Como as marcas podem aproveitar esse assunto e criar os seus próprios mundos no ambiente digital. Isso é muito interessante, se pensarmos no desenvolvimento da tecnologia e como as marcas podem surfar e ganhar território em um ambiente inovador e muito a ser explorado.

Porém, existe algo que precisa ser discutido, também: o público está preparado para participar desse novo ambiente? Vivemos em um país cuja população mais pobre representa quase 30%. Além disso, há um abismo sociodigital: mais de 80% da população tem acesso à internet, porém, apenas 20% dessas pessoas possuem acesso de qualidade. O outro restante não tem plano de dados suficiente para durar o mês inteiro.

Ainda na mesma página, os equipamentos utilizados para navegar no metaverso demandam um certo investimento, uma vez que a tecnologia empregada consome muito do equipamento. Processadores e placas de vídeos potentes são exigidos para que haja realmente uma imersão no metaverso. Trazendo a conversa para os dispositivos móveis, esses precisam ser de última geração para que não ocorram travamentos ou aquecimento dos aparelhos. 

As marcas que direcionam seus produtos para as classes sociais mais baixas (C, D e E), precisam pensar muito bem antes de realizar qualquer ação no ambiente digital, ainda mais no ambiente do metaverso. Entretanto, as marcas que comercializam produtos para as classes mais altas (A e B), podem estudar em qual ambiente estarão presentes.

Mas, ainda existem muitos problemas com o metaverso. Para começar, ele não é um ambiente compartilhado. Ou seja, o que você adquire em uma plataforma, não consegue levar para outra. Por exemplo: digamos que você tenha comprado um par de tênis para o seu avatar no Descentraland. Você não conseguirá levar essa compra para o The Sandbox. Para tornar esse exemplo mais próximo, o que você compra no Fortnite, não consegue levar para o Minecraft (ambos os jogos podem ser considerados metaverso devido a imersão que cada jogo proporciona). Além disso, as big techs que estão entrando nesse ambiente, querem que você fique mais tempo em suas plataformas, fazendo uso dos dados que você compartilha nesse ambiente, muitas vezes, sem fornecer informações sobre o que elas estão fazendo com esses dados.

Em um ambiente real, o metaverso poderia ser a representação de um grande planeta virtual, no qual, para você se movimentar entre as plataformas, seria apenas necessário apresentar um passaporte digital, ou, neste caso, um NFT para ficar dentro deste mesmo tema.

Outra desvantagem é o uso das criptomoedas. Moedas que são usadas para fazer a compra dos NFTs no metaverso. Cada plataforma possui a sua própria moeda e, como não há regulamentação, a confiança no uso desses ativos é discutível.

O metaverso ainda é incipiente. Até ganhar maturidade e relevância demorará uns bons anos. Até que o seu acesso seja democrático, o metaverso não terá nada de verso, será apenas uma rima pobre, que não fará parte da grande massa.

Eu torço para que em um futuro não tão distante, os universos sejam compartilhados e que a imersão seja benéfica para todos. Enquanto isso, cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém.

A conversa sobre o metaverso está aberta e precisa ser ampliada. E eu quero saber de você. Qual a sua opinião sobre o metaverso e se já entrou nesse novo universo de possibilidades?

Até o próximo artigo, pessoa.

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2 Comentários

  1. Sou Ph.D. em ciências financeiras e atualmente estou estudando criptomoedas e seu artigo me deu uma boa ideia. Acho que sua forma de escrever é muito útil para minha tese criptomoedas, obrigado. No entanto, tenho algumas dúvidas e gostaria de saber se você pode me ajudar. Obrigado.

    1. Author

      Olá, tudo bem?

      Claro, posso te ajudar com as suas dúvidas, sim. Fique à vontade para encaminhar um e-mail para mim. O meu endereço está logo abaixo da minha foto.

      Abraços.

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